Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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FREQUÊNCIA DA ATIVIDADE SEXUAL ANTES E APÓS O DIAGNÓSTICO POSITIVO DO HIV
Thaisa Negreiros de Melo t, Daniella Pontes Matos, Yann Victor Oliveira Marques, Ingrid Geovanna Bezerra Pinheiro, Francisco Dimitre Rodrigo Pereira Santos, Claudia Regina de Andrade Arrais Rosa, Kayro Hairy Arrais Silva, Antonia Iracilda Silva Viana

Última alteração: 2015-11-11

Resumo


A sexualidade de indivíduos vivendo com o HIV é uma questão que só recentemente foi considerada relevante para um cuidado holístico e inserida como aspecto essencial no eixo qualidade de vida. Estudos têm apontado que a vivência da sexualidade de pessoas após a confirmação diagnóstica da infecção pelo HIV pode provocar ansiedade nestas, em decorrência da preocupação em serem protagonistas de novas infecções ou com a consternação consequente da possível rejeição e discriminação. Pouco se discute sobre os benefícios da sexualidade, da sua extensão amorosa, dos desejos, da intimidade. A literatura sobre prevenção costuma abordar o risco que “positivos” significam para “negativos” e é pequena a literatura sobre sexualidade. Nesse quadro, mostra-se necessário conhecer a vivência da sexualidade das pessoas com sorologia positiva para o HIV a fim de possibilitar à criação de estratégias que visem minimizar os prejuízos à vida sexual. Dessa forma, o objetivo do presente estudo foi identificar a frequência sexual antes e após o diagnóstico positivo para o HIV. Estudo transversal de abordagem quantitativa, realizado pelo projeto de extensão da Universidade Federal do Maranhão, intitulado: Sexualidade dos pacientes infectados pelo HIV/AIDS, no Centro de Atenção Especializada em HIV/AIDS do Município de Imperatriz-MA. A amostra compreendeu 69 pacientes, sendo 36 mulheres e 33 homens. A coleta de dados ocorreu por meio de um questionário com perguntas fechadas e semiabertas no período de janeiro a maio de 2015. Os participantes assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido antes de responder o questionário. Este buscou caracterizar a amostra concernente a aspectos sociodemográficos, econômico, e sobre a vivência da sexualidade. A pesquisa teve aprovação do Comitê de Ética da Universidade Federal do Tocantins com parecer de número 105/2014. Os dados foram tabulados no programa Microsoft Excel®, versão 2010, e calculado a frequência e porcentagem. Dos participantes, 79,71% apresentaram idade de 15 a 46 anos, 31,9% constituíam pessoas com ensino fundamental, 33,3% com ensino médio, 42,02% eram solteiras e 20,30% casadas, 57,97% possuíam renda de um salário mínimo. Quanto à frequência sexual antes da descoberta do diagnóstico positivo para o HIV, 50,72% dos entrevistados tinham relações sexuais de 1 a 3 vezes por semana, 21,73% a cada 15 dias, 20,30% 1 vez por mês, 1,45% mais de 1 vez por mês e 5,80% mais de 3 vezes por mês. Após a confirmação da sorologia positiva para o HIV 33,33% relataram ter relações de 1 a 3 vezes por semana, 20,30% de 15 em 15 dias, 30,43% 1 vez por mês, 2,90% mais de 1 vez por mês, 1,44% mais de 3 vezes por mês e 11,60% informaram abstinência sexual. Portanto, é possível perceber que após o conhecimento da infecção pelo HIV, a vivência da sexualidade pode sofrer alterações como mostram os dados, e o que outros estudos também já revelaram, fortalecendo dessa maneira a nítida necessidade da realização de educação em saúde sobre essa temática, e ainda a elaboração de políticas que englobem essa questão com o objetivo de levar os pacientes a viverem plenamente a sua sexualidade.

Palavras-chave


Sexualidade; HIV; Atividade sexual.

Referências


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