Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

Tamanho da fonte: 
Linhas de cuidado de saúde da pessoa idosa e estratégias para todas as idades em busca da integralidade
Marilia Cristina Prado Louvison, Tereza Etsuko Rosa, Alexandre Kalache

Última alteração: 2015-10-30

Resumo


   O processo de envelhecimento populacional atinge todo o mundo como uma verdadeira revolução, com importantes desafios para a política, planejamento e gestão dos sistemas e serviços de saúde que precisam transformar suas práticas. No Brasil, esse processo ocorre de maneira acelerada e com grande intensidade, promovendo uma busca pelas melhores opções de organização da sociedade e dos governos para que se antecipem as respostas necessárias. As dimensões das políticas intersetoriais para municípios para todas as idades da OMS consideram intervenções no ambiente físico, transporte, moradia, oportunidades para participação, respeito e inclusão social, comunicação e informação, oportunidades para aprender, apoio e cuidado, e proteção e segurança. As linhas de cuidado intersetoriais em redes de atenção e projetos de cidades, atenção básica e hospitais amigos do idoso têm sido construídos no sentido de enfrentar a fragmentação do cuidado e são induzidas pela Política de envelhecimento ativo da OMS e pela Política de Saúde da Pessoa Idosa do SUS. O presente estudo integra a pesquisa “Política de envelhecimento ativo e estratégias amigas do idoso: um caminho necessário e possível para a gestão de sistemas e serviços de saúde” do edital universal/CNPQ, no sentido de analisar a produção de novos arranjos da atenção à saúde da pessoa idosa em cidades e hospitais do Estado de São Paulo. Nesse sentido, inicialmente analisou-se os itens prioritários das políticas estudadas e os de certificação dos selos amigos do idoso do Estado de São Paulo que mais impactam na transformação das práticas e em diretrizes para a construção de linhas de cuidado de atenção ao idoso. Observou-se que são recomendadas ações no sentido da acessibilidade e comunicação, além da gestão do cuidado para todos os serviços. A importância de constituir ações de acolhimento e classificação de risco, vulnerabilidade e fragilidade, por meio da implantação de avaliações multidimensionais nos serviços é ressaltada, no sentido de constituir as linhas de cuidado e caminhos para a integralidade. Equipes gerontológicas de referencia matriciais em apoio à atenção básica e aos hospitais são recomendadas. A implantação de ações de promoção da saúde e cuidados das condições crônicas com foco na participação e na implantação de programas de prevenção de quedas nos serviços e nas cidades aparece como principal padrão intersetorial a ser observado no sentido do envelhecimento ativo.  O Acidente Vascular Cerebral e a Fratura de Fêmur são considerados importantes agravos que demandam cuidados crônicos e indicam necessidade da organização de linhas de cuidado comunitárias, hospitalares e intersetoriais. O enfoque no idoso com dependência cognitiva indica a demência e depressão como importantes linhas de cuidado, assim como a dependência física de alta demanda como a imobilidade, que pressupõe inovação na organização dos serviços como pontos de atenção da linha de cuidados de longa duração. Considerando a promoção, as doenças crônicas, as incapacidades e a violência ao idoso, as linhas de cuidado precisam ser necessariamente intersetoriais e construir respostas para as ações de promoção, prevenção, diagnóstico, tratamento, reabilitação e cuidados paliativos no sentido de promover integralidade e envelhecimento ativo.

Palavras-chave


envelhecimento ativo; linhas de cuidado;saude do idoso;politicas publicas interesetoriais

Referências


  • Kalache A. O mundo envelhece: é imperativo criar um pacto de solidariedade social. Rio de Janeiro: Ciênc. Saúde Coletiva, v.13 n.4, jul./ago. 2008.
  • Rosa TEC; Keinert TMM; Louvison CP. Envelhecimento & Saúde. Boletim do Instituto de Saúde, Abril de 2009, nº 47.
  • OMS. Guia global: cidade amiga do idoso. Brasília: Organização Mundial da Saúde, 2008.
  • Rosa TEC; Barroso AE e Louvison MCP (org) . Velhices: experiências e desafios nas políticas do envelhecimento ativo . São Paulo: Instituto de Saúde, 2013.