Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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APLICAÇÃO DO CUIDADO AMIGO DA MULHER: EXPERIÊNCIA DE ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM EM UMA MATERNIDADE PÚBLICA DO RECIFE, PERNAMBUCO
Andréa Carla Reis Andrade, Ana Carolina Bezerra de Lima, Ana Maria de Araújo Loiola, Andressa Albuquerque da Silva, Fernanda Vilela da S. S. A. Cañas, Letícia Oliveira de Almeida, Benita Spinelli

Última alteração: 2015-10-28

Resumo


APRESENTAÇÃO: A Organização Mundial da Saúde juntamente com o Fundo das Nações Unidas para a Infância em 1990 instituiu a Iniciativa Hospital Amigo da Criança, que tem como critério para adesão das instituições o Cuidado Amigo da Mulher. O critério consiste na garantia de direitos as parturientes como a presença de acompanhante a sua escolha, oferta de líquidos e alimentos leves, a movimentação e adoção de posições de sua escolha (salvo as com restrições médicas), garantia de ambiente tranquilo e acolhedor, disponibilização de técnicas não farmacológicas de alivio da dor, assegurar cuidados que reduzam procedimentos invasivos e a autorização da presença de doula comunitária ou voluntária. Este trabalho teve a finalidade de avaliar o cumprimento dos cuidados contribuindo assim para que os objetivos sejam alcançados e que sejam reconhecidos os direitos da saúde da mulher. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: A pesquisa caracterizou-se como um relato de experiência vivenciado por discentes de Enfermagem da UPE de abril a maio de 2015, em uma maternidade pública do Recife. As discentes foram divididas em grupos distintos e cada uma permaneceu na sala de parto da maternidade durante três dias fixos (segunda, terça e quinta-feira) no turno da tarde, totalizando quinze dias. RESULTADOS: Das 21 situações acompanhadas, 81% tiveram presença de acompanhantes e 19% não tiveram. No que diz respeito à oferta de alimentos, percebeu-se que em 90% das mulheres não foram contempladas e que apenas 10% das mulheres tiveram a oferta de líquidos. No quesito da movimentação durante o trabalho de parto e adoção da posição de escolha da mulher durante o parto, 52% das mulheres tiveram incentivos a deambular e 29% tiveram a livre escolha da posição de parir. Do total das situações acompanhadas, 19% não tiveram incentivo a deambulação e a escolha da posição do parto. Não houve garantia de ambiente tranquilo e acolhedor, como também não existiram privacidade e iluminação suave para as parturientes. Quanto a disponibilidade de métodos não farmacológicos de alívio da dor é cabível observar que apenas 19% das mulheres tiveram acesso a esses métodos, sendo 81% delas não beneficiadas pelo uso de tais métodos. Em 76% das situações não foram presenciados a realização de cuidados que reduzam a necessidade de procedimentos invasivos no parto. No quesito relacionado à presença da doula no trabalho de parto e/ou parto, apesar da maternidade possuir um programa de doulas comunitárias voluntárias, apenas 24% das situações foram contempladas. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Através da análise das situações presenciadas antes, durante e após o parto, percebeu-se fatores que contribuíram para o descumprimento dos cuidados como a dificuldade de comunicação, resistência em adotar a assistência humanizada e a dinâmica de trabalho do setor, prejudicada pela alta demanda e a quantidade de recursos materiais e humanos disponíveis. Foi observado que as mulheres desconhecem os seus direitos, o que impede que elas os exijam durante o atendimento. Dessa forma, consideramos fundamental o cumprimento do que está previsto em lei, de modo a tornar o atendimento integral e humanizado em sua totalidade.

Palavras-chave


Saúde da Mulher; Parto Humanizado; Direitos da Mulher

Referências


1-      UNICEF, 2005. O município e a criança de até 6 anos: direitos cumpridos, respeitados e protegidos/Halim Antonio Girade e Vital Didonet (coordenadores). – Brasília, DF: UNICEF, 2005. [acesso em 2015 jun. 7]; Disponível em: http://www.unicef.org/brazil/pt/municipio.pdf