Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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Cooperação Horizontal – um dispositivo de EP para a melhoria do acesso e da qualidade na AB
Adriana Paula de Almeida, Renata Maria de Oliveira Costa, Américo Yuti Mori

Última alteração: 2016-01-06

Resumo


O Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica – PMAQ-AB é composto por 4 fases: adesão, desenvolvimento, avaliação externa e recontratualização. É na fase de desenvolvimento que as ações mais importantes para a adequação do processo de trabalho em busca de ampliação de acesso e qualidade devem acontecer. Dessa forma, em seu terceiro ciclo, o Departamento de Atenção Básica (DAB) ampliou as ofertas para as equipes realizarem intervenções e mudanças nas ações cotidianas. Neste ciclo, a fase de desenvolvimento passa a ser considerado um eixo transversal ao programa, ampliando a sua importância na organização do processo de trabalho na AB. A proposta de Cooperação Horizontal nasce para o PMAQ em diálogo com a Política de Educação Permanente e se inspira em ações como os percursos formativos realizados pela Coordenação de Saúde Mental do Ministério da Saúde, nas quais trabalhadores de diferentes redes de atenção psicossocial estiveram juntos para compartilhar suas experiências. Estão programadas cinco experiências, uma em cada região do país, envolvendo dez municípios. Durante 5 dias, dois municípios de cada estado irão compartilhar suas experiências na organização do processo de trabalho na AB a partir do deslocamento de um grupo de trabalhadores de um município para o outro. A seleção dos municípios se deu através dos dados da avaliação externa do PMAQ, dentre outros critérios como a proximidade geográfica. A proposta é que municípios com experiências diferentes na organização da AB possam vivenciar e compartilhar seus modos de realizar o cuidado e a gestão na Atenção Básica presencial e virtualmente, buscando produzir aprendizagem em todos os participantes do processo. Na formulação desta vivência, um grupo de técnicos do Departamento passou a propor ofertas metodológicas para a atividade prática proposta, dialogando com os principais eixos norteadores da avaliação externa do PMAQ. Para a realização da vivência foi realizada uma oficina de alinhamento conceitual e metodológico com a participação dos “articuladores locais”, atores indicados pelos gestores de cada município que vão mobilizar e articular a realização da vivência em cada local. Nesta oficina, foi utilizado um documento norteador, que deverá ser validado pelos participantes da oficina. Espera-se que este documento possa servir de referencial para que outros municípios consigam promover atividades de cooperação horizontal. Apesar de a vivência ainda não ter sido realizada, já foi possível produzir mobilização importante entre os articuladores locais, constituindo um coletivo afetado para a realização das vivências, compreendendo que as ações realizadas poderão causar mudanças em cada participante e que poderá afetar outros trabalhadores do município e da região em que ele se localiza. Investir em estratégias de qualificação da Atenção Básica é papel de todos os níveis de atenção. A Cooperação Horizontal é uma oferta do DAB para estimular a troca entre trabalhadores da atenção e da gestão na busca de uma AB mais resolutiva e cuidadora. Fomentando dispositivos de Educação Permanente como esse para contribuir com a qualificação das equipes de AB no país.  

Referências