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APRESENTAÇÃO: Com o intuito de ampliar as ações na área hospitalar, o Ministério da Saúde publicou, em julho de 2011, a portaria 1600/GM, que instituiu a Rede de Atenção às Urgências (RAU) no SUS e tem como finalidade articular e integrar todos os equipamentos de saúde, objetivando ampliar e qualificar o acesso humanizado e integral aos usuários em situação de urgência nos serviços de saúde. Sequencialmente, em outubro de 2011, a Portaria 2395/GM que trata do para o Trabalho (PET-Saúde Redes), através da execução de projeto sobre em parceria com os Departamentos de Serviço Social, Psicologia e Medicina da PUC-Rio. A proposta tem por objetivo apresentar e refletir sobre a dinâmica de um dos subprojetos do PET Saúde Redes no Hospital Municipal Miguel Couto, componente hospitalar da RAU, estando vinculado a ele o Programa SOS Emergências – que em 06 de agosto de 2012, ganha portaria específica (1663/GM), exclusivamente para dispor sobre o Programa SOS Emergências, demarcando apoio institucional e financeiro, para alcance da meta de redução do tempo de espera e de permanência dos pacientes nas emergências, de forma a garantir atendimento ágil, humanizado e com acolhimento. Neste contexto, o Hospital Municipal Miguel Couto (HMMC) apresenta importância capital na Rede de Urgência e Emergência (RUE) do SUS, principalmente ligada ao atendimento dos traumas e das urgências clínicas, o que faz se tronar polo de ações e intervenções, com destaque para o Programa de Educação relacionado às ações desenvolvidas e direcionadas ao reconhecimento do processo de trabalho e a educação permanente das equipes. Da mesma forma, previu o alcance de objetivos específicos, assim relacionados: (1) sistematizar as dinâmicas e modalidades de trabalho pactuadas e estabelecidas pelas equipes que atuam no serviço de urgência e emergência, dando ênfase aquelas que se referem às relações interprofissionais e de atendimento a população usuária que acessa o serviço; (2) Verificar as transformações no perfil epidemiológico da população que acessa aos serviços de urgência/emergência e a incorporação de avanços terapêuticos, tecnológicos e organizativos específicos dos serviços, para atendê-las e (3) Realizar levantamento sobre a representação dos profissionais acerca de seu fazer profissional e da atuação em equipe interdisciplinar diante às demandas apresentadas pelo serviço de urgência/emergência, delimitando temáticas de interesse para reflexão e estudos coletivos e permanentes que podem gerar novas práticas. DESENVOLVIMENTO/METODOLOGIA: Para estabelecer novas sínteses e contribuições, iniciou-se um processo de uma pesquisa exploratória e analítica, de abordagem qualitativa e quantitativa. O desenho da pesquisa envolve discentes e docentes do curso de serviço social da PUC-Rio e um conjunto de preceptores, que na condição de profissionais do Hospital Municipal Miguel Couto, atuam e permitem, através do PET Saúde, o desenvolvimento de ações que busquem consolidar o espaço institucional do hospital, não só como assistencial, mas também como um campo de ensino, pesquisa e extensão universitária. Sua execução metodológica envolve a apresentação de dados decorrentes da sistematização de dinâmicas de trabalho pactuadas pelas equipes que atuam no serviço de urgência e emergência, dando ênfase aquelas que se referem às relações interprofissionalismo. Os dados, decorrentes de ações no período de 2012 a 2014, também consideram a incorporação de avanços terapêuticos, tecnológicos e organizativos específicos dos serviços, bem como a realização de levantamento sobre a representação dos profissionais acerca de seu fazer individual e em equipe interdisciplinar. Considerando o grande número de profissionais que atuam no hospital, delimitou-se uma amostra de no mínimo 20% (120), para participação inicial na pesquisa, garantindo-se a representação de todos os setores do hospital. RESULTADOS E/OU IMPACTOS: No decorrer da inserção e aplicabilidade da pesquisa, foi possível observar que 68% dos entrevistados (81), integram o quadro de servidores estatutários e efetivos do hospital, o que demonstra uma vinculação que prevê uma vinculação de longa permanência dos profissionais, apesar do imaginário que se cria de que há uma grande rotatividade de funcionários no serviço público de saúde. Isso se confirma, quando percebemos, que 59% destes que são servidores (48), atuam na unidade hospitalar, na execução de ações de urgência e emergência, há mais de 10 anos. Se de um lado, verificamos aspectos positivos deste cenário, potencializador de ações contínuas e articuladas, capazes de permitir a sistematização histórica das práticas desenvolvidas pela unidade hospitalar, de outro esta conformação temporal, demonstra a existência de relações profissionais e institucionais solidificadas ao longo dos anos. Ao tratarmos da temática do trabalho multiprofissional e interdisciplinar, percebemos pouco entendimento acerca dos conceitos, acarretando o desafio do exercício desse tipo de prática no cotidiano institucional. Essa dificuldade conceitual se reflete quando percebemos que 45% profissionais (54) conseguem definir sua prática de forma majoritária como multidisciplinar, mesmo sem conseguir compreender seu significado. Ainda sobre este aspecto, observamos que ao somar o conjunto de respostas que define sua prática de forma multidisciplinar e de ambas, identificamos que 67% dos profissionais (80) dizem atuar de forma multidisciplinar, quando apenas 37% (44) conseguiu definir de forma correta o trabalho multiprofissional. Ao indagar-se sobre qual a categoria que melhor realiza esse trabalho, o equívoco se torna ainda maior, uma vez que grande parte informa que seu próprio setor consegue atuar dessa forma, ou informa que nenhum setor do hospital se integra. Assim, para além destes resultados preliminares, agregando-se outros aspectos como a falta de incentivo e valorização profissional, a inadequação de estruturas físicas; dentre outros, é a proposta de trabalho em vigor se propõe a oficinas e cursos de extensão que abordem de forma permanente, a discussão de temas como: processos de trabalho em saúde; especificidades do processo de Trabalho na Urgência e Emergência Hospitalar; saberes profissionais e cotidianos do fazer; interpelações entre interdisciplinaridade e multidisciplinaridade; planejamento em saúde; análise institucional e relações de poder na concepção do fazer Saúde; ações integrativas em saúde. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O PET-Saúde Redes tem como tarefa a partir dos resultados finais da pesquisa dentro do Subprojeto “Processo de trabalho e educação permanente: pelo fortalecimento de serviços de urgência e emergência integrados e de qualidade”, fazer a devolução dos resultados aos profissionais que atuam no Hospital Municipal Miguel Couto e ainda indicar e desenvolver estratégias para melhorias no processo de trabalho das equipes da unidade visando potencializar a qualidade dos serviços. Dentre as estratégias propostas, a executar em nova fase do projeto, destacam-se: Realizar oficinas de trabalho norteando a importância da ação multidisciplinar e interdisciplinar no processo de trabalho em saúde; Instituir um espaço de integração entre a família, o paciente e a equipe multiprofissional; Realizar workshops sobre instrumentos e técnicas de intervenção de cada categoria profissional; Ampliar a realização de estudos de casos entre profissionais de diferentes serviços, estabelecendo uma dinâmica problematizadora do cotidiano da prática profissional; e Iniciar curso de extensão problematizando os entraves identificados no processo de trabalho. 

Saúde; Educação; Trabalho.