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ANÁLISE DA SITUAÇÃO DA SÍFILIS CONGÊNITA E EM GESTANTES NO MUNICÍPIO DE NATAL
Última alteração: 2015-11-23
Resumo
A sífilis é uma doença infectocontagiosa, causada pela bactéria Treponema pallidum e suas principais formas de transmissão são através de relações sexuais e de forma vertical, quando é transmitida de mãe para o filho durante a gestação ou durante o parto. A sífilis congênita apesar de um agravo evitável, ainda permanece como um grande problema de saúde pública. Durante a gravidez, a doença pode causar diversas complicações, desde o aborto espontâneo, má formação do feto, até a morte do recém-nascido ou causar surdez, deficiência mental e cegueira entre outras sequelas. O Pacto pela Saúde trabalha em um dos seus eixos o Pacto pela Vida, e entre suas prioridades está a redução da mortalidade materna e infantil tendo como uma dos componentes a redução das taxas de transmissão vertical do HIV e da sífilis. Diante disso, faz-se necessário um conhecimento maior acerca dos casos de sífilis em gestantes e sífilis congênita para que ações de promoção e prevenção sejam direcionadas de maneira mais eficazes. O presente estudo tem como objetivo analisar o cenário epidemiológico da infecção da sífilis em gestantes e sífilis congênita no Município de Natal, no Estado do Rio Grande do Norte. Foi realizada a coleta de dados no SINAN e DATASUS nos últimos seis anos. A sífilis congênita é um agravo de notificação compulsória desde 1986 e a sífilis em gestante a partir do ano 2005. No período em estudo foram registrados 309 casos de sífilis em gestante no Município de Natal, das quais 76,8% das gestantes realizaram o pré-natal, porém apenas 24,1% tiveram seus parceiros tratados, e 53,9% delas não foram diagnosticadas com a doença durante a gravidez. O número de notificação de sífilis congênita no período em análise é quase o dobro de casos de Sífilis em gestantes, com o total de 684 casos, com uma média de aproximadamente 100 casos ao ano. Embora as metas nacionais busquem a eliminação da sífilis congênita, reduzindo a incidência desse agravo para menor de 0,5 caso por mil nascidos vivos, Natal ainda possui uma tendência crescente dos casos, o que revela a necessidade de reforçar as ações de diagnóstico e prevenção a fim de prevenir a transmissão vertical. Até o ano de 2011, o Rio Grande do Norte ocupava a 5ª posição dentre os estados brasileiros com incidência de Sífilis congênita e Natal ocupava a 6ª posição dentre as capitais brasileiras. A Rede Cegonha, uma estratégia do Ministério da Saúde para a ampliação do acesso e melhoria da qualidade do pré-natal, promove também a ampliação da detecção precoce da sífilis em gestantes com a oferta de Teste Rápido de HIV e Sífilis na Atenção Básica. É importante que essas gestantes tenham acesso ao diagnostico oportuno da doença, através do teste rápido de Sífilis nas consultas de pré-natal, esse é um passo fundamental para a eliminação da Sífilis congênita, permitindo que a gestante e seu parceiro tenham acesso ao tratamento prevenindo assim a transmissão vertical.
Palavras-chave
Sífilis Congênita, Cuidado Pré-natal, Promoção da Saúde.