Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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O uso de Metodologias Ativas no espaço de Colegiado de Coordenadores da Atenção Básica
Mariana Lisboa Costa, Aline Gomes Fernandes Santos

Última alteração: 2015-10-28

Resumo


Este trabalho é um relato de experiência sobre uma das atividades desempenhadas pelo Apoio Institucional da Diretoria de Atenção Básica (DAB) do estado da Bahia a realização de uma roda de conversa com gestores municipais de Atenção Básica. Este espaço é denominado de Colegiado de Coordenadores de Atenção Básica (COCAB), instância colegiada, de âmbito regional, tem por objetivo operar como espaço permanente de discussão, pactuação e cogestão solidária, para instituição do planejamento de ações para o conjunto dos municípios que integram a Região de Saúde. As metodologias ativas de aprendizagem são “métodos inovadores que ancoram-se na pedagogia crítica, ética, reflexiva e transformadora, para efetivamente alcançar a formação do homem como um ser histórico inscrito na dialética da ação-reflexão-ação” (Mitre et al., 2008). Neste relato a roda de conversa teve como objetivo elaborar um Plano de Ação de acordo com a necessidade dos municípios, a partir da compreensão entre educação continuada e educação permanente. O COCAB ocorre mensalmente e envolve os seguintes atores - coordenadores de Atenção Básica, técnicas do Núcleo Regional de Saúde e apoiadoras institucionais da DAB-BA. O objeto do apoiador institucional é o processo de trabalho de coletivos que se organizam para produção de saúde, tendo a Educação Permanente sua principal ferramenta para promover ampliação da capacidade de reflexão e de análise dos coletivos. Visando potencializar o espaço de qualificação desses gestores utilizamos como estratégia as metodologias ativas por acreditar no protagonismo destes profissionais e mudanças das práticas. Para poder elaborar o plano de ação 2015, foi necessário trabalhar a compreensão entre educação continuada e educação permanente. Para tanto, utilizamos a dinâmica da Construção do “Mosaico e Quebra-Cabeça”. Os mosaicos construídos foram bem distintos. Quando questionados sobre as diferenças na construção, parte do grupo trouxe ter maior dificuldade na construção do mosaico, pois, o comando de criar uma figura livre levava tempo para pensar, exigia planejamento e decisão em grupo, variedade de cores e peças a serem utilizadas. A relação ao resultado e a diferença nos dois modos, o grupo colocou que a tarefa do quebra-cabeça estava mais clara para todo o grupo e só precisaram visualizar a imagem. Já o resultado do mosaico se percebe muitas imagens dentro de uma mesma imagem, resultados individuais, não havendo muitas vezes a negociação ou planejamento do grupo de qual imagem seria construída. Objetivos diferentes logo resultados diferentes. Quando feita a reflexão do modo fazer “mosaico” com o processo de trabalho dos coordenadores relacionam a um processo sem muita organização, direcionamento claro, que remete muitas vezes a criatividade para solucionar as várias demandas trazidas pela vivência no município. Porém, os mesmos trazem que num município pequeno onde os serviços de saúde se resumem a Atenção Básica, o seu papel se configura em apagar incêndio, onde todas as necessidades de saúde do município recaem sobre o coordenador, tornando-se responsável pela solução dos problemas. Já a analogia que fizeram do seu processo de trabalho com o quebra-cabeça foi de um trabalho mais estruturado, de resolução de demandas mais claras e objetivas.

Palavras-chave


Educação Permanente; Apoio Institucional; Metodologias Ativas

Referências


MITRE, S.M et al. Metodologias ativas de ensino-aprendizagem na formação profissional em saúde: debates atuais. Ciênc. saúde coletiva [online]. 2008, v.13, suppl.2, p. 2133-2144.