Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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Formação docente para a educação profissional técnica de nível médio na área da saúde/enfermagem: as licenciaturas em enfermagem
Adriana Katia Corrêa, Mara Regina Lemes de Sordi

Última alteração: 2015-10-29

Resumo


A formação de trabalhadores técnicos de nível médio na área da saúde e, especificamente, na enfermagem, é dimensão prioritária, tendo relação estreita com a intenção de consolidar o Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil, a partir dos preceitos da Reforma Sanitária. Em relação ao contingente profissional que atua na área da saúde, os técnicos de nível médio representam a maioria, com destaque para os trabalhadores da enfermagem. Apesar da relevância quantitativa e qualitativa que tem a prática desses trabalhadores no SUS, a sua formação, no âmbito das escolas técnicas, é marcada por problemáticas significativas. Uma delas refere-se ao predomínio da atuação de professores na educação profissional em saúde e enfermagem em atividades pontuais, com vínculo empregatício precário, sendo ainda desprovida de formação específica para a docência nessa modalidade de ensino. Essa situação torna-se mais relevante levando-se em conta o incremento de matrículas em cursos de formação técnica em enfermagem na rede privada. Nesse contexto, a área da enfermagem é uma das que oferece cursos de licenciatura em enfermagem para a formação de enfermeiro professor para a educação profissional técnica de nível médio (EPTNM), existindo desde o final da década de 60. O objetivo deste estudo é analisar a conformação dos cursos de licenciatura em enfermagem no Brasil, bem como discutir algumas tensões em relação às intencionalidades, compreensões e modos de organização dessas licenciaturas. Foram analisados projetos político-pedagógicos de 11 cursos de licenciatura em enfermagem oferecidos por universidades públicas, envolvendo todas as regiões do Brasil, exceto norte. Esse número representa 68,75% das licenciaturas em enfermagem da rede pública. Foram feitas algumas aproximações às concepções relacionadas ao campo educacional que sustentam os projetos de formação, bem como à composição curricular no que se refere especificamente às disciplinas específicas do campo de saber da educação, as disciplinas que fazem interface entre o conhecimento específico (composto pelas ciências biológicas e humanas que compõem a formação da área de saúde/enfermagem) e o conhecimento da educação, os estágios curriculares voltados aos cenários da educação, as práticas como componentes curriculares e trabalhos de conclusão de curso. De modo geral, os cursos têm avanços e limites nessas configurações, tendo em vista os atuais dispositivos político-legais para a formação de professores no Brasil. A partir da conformação geral dos cursos, foram discutidas algumas tensões que envolvem desafios e perspectivas para as licenciaturas em enfermagem, considerando: formação docente “geral” e formação de professor para a “especificidade”, incluindo a tensão bacharelado -licenciatura; atuação profissional: educação profissional - educação básica – outros espaços educativos; formação técnica-formação humana emancipadora. O que está em pauta é a docência na educação profissional em enfermagem e, em última instância, é o SUS que almejamos construir.   *Este estudo é parte de pesquisa desenvolvida no Programa de Pós-Doutorado na Faculdade de Educação – UNICAMP, em 2015, com fomento do CNPq. Está ainda inserido no Projeto Pró-Ensino na Saúde – CAPES 2037/2010, desenvolvido na EERP-USP.

Palavras-chave


docência; educação profissional; Sistema Único de Saúde.