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INTRODUÇÃO: Acidentes por animais peçonhentos constituem um grave problema de saúde pública, tanto pelos números de casos registrados, quanto pela sua gravidade, podendo levar ao óbito ou sequelas capazes de gerar incapacidade temporária ou definitiva a vítima1. Na região do oeste paraense, os casos registrados têm um número elevado e apresentam quadro clínico diferenciado quando comparado com outras regiões do país. OBJETIVO: Descrever o perfil epidemiológico do escorpionismo no município de Santarém/PA, quanto à incidência, local afetado, sexo, condição em que ocorreu o acidente e evolução clínica. METODOLÓGICA: Estudo epidemiológico, descritivo, transversal, retrospectivo dos anos de 2009 a 2013, conforme dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação. RESULTADOS: Foram 754 acidentes por escorpião no município de Santarém, correspondendo a 8,79% (754/8.576) dos casos notificados no Pará, neste período. Os anos de 2011 e 2012 registraram 343 (45,49%) notificações, sendo o quarto trimestre o período mais incidente com 237 (31,43%) casos. O dedo da mão foi o local mais afetado, com 181 (24%) casos; maioria em homens 550 casos (72,95%), 216 (28,65%) acidentes de trabalho. Do total, 315 (41,78%) casos foram leves, 263 (34,89%) moderados e 132 (17,5%) graves. Dos acidentados, 744 (98,67%) evoluíram para a cura e, 01 caso evoluiu a óbito (0,14%) em 158 (20,95%) dos casos, não foi administrada soroterapia específica, enquanto que 583 (77,33%) o receberam. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A ocorrência do escorpionismo é uma realidade amazônica com peculiaridades específicas. Estudos recentes revelaram que há comprometimento cerebelar agudo de quadro clínico incomum quando comparado com os demais acidentes escorpiônicos ocorridos em outras partes do mundo. Faz-se necessário conhecer o comportamento epidemiológico desse agravo para subsidiar políticas públicas mais eficazes na prevenção, controle e monitoramento bem como proporcionar ações de educação em saúde às populações mais vulneráveis.

Epidemiologia; Acidentes Escorpiônicos; Saúde Pública