Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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A trajetória da família na descoberta do primeiro episódio psicótico
Bianca Cristina Ciccone Giacon, Kelly Graziani Giacchero Vedana, Isabela Santos Martin, Ana Carolina Guidorizzi Zanetti, Lucilene Cardoso, Sueli Aparecida Frari Galera

Última alteração: 2015-11-23

Resumo


O primeiro episódio psicótico na adolescência é um indicador de possível ocorrência do adoecimento mental. Infelizmente, pessoas vivenciando os sintomas iniciais de psicose raramente buscam tratamento, ficando esta responsabilidade principalmente para seus familiares. O objetivo desse trabalho foi compreender a experiência de famílias que acompanharam o primeiro episódio psicótico de um adolescente. Pesquisa com abordagem qualitativa que teve como referencial teórico o interacionismo simbólico e a narrativa como referencial metodológico. O estudo foi realizado com famílias de adolescentes que passaram pela primeira internação psiquiátrica, em decorrência do primeiro episódio psicótico, em três serviços públicos de internação psiquiátrica no interior do Estado de São Paulo – Brasil, no período de janeiro de 2011 a junho de 2012. A entrevista aberta e observação foram utilizadas para coleta de dados que ocorreu no período de julho de 2012 a abril de 2013. Um total de 11 jovens e 13 familiares aceitaram participar do estudo. A idade média dos jovens foi de 22 anos, maioria do sexo masculino (55%), com histórico de abuso de substâncias (72,27%) e histórico familiar de doença mental (63,63%). Os familiares tinham idade média de 47 anos, com o predomínio de mães (63,6%). A partir de suas vivências, as famílias apresentaram comportamentos justificados pelos significados atribuídos ao processo de adoecimento de seus jovens, apresentados nas seguintes categorias: esperando passar; tentando justificar os comportamentos do jovem; não compreendendo a psicose; e buscando ajuda. A construção desses significados reforça o papel cuidador da família, possibilitando que ela enfrente o contexto de mudança de comportamento. Porém, o papel cuidador pode retardar a procura por ajuda especializada. Intervenções de enfermagem realizadas mais precocemente junto a essas famílias poderiam contribuir para a detecção e início do tratamento precocemente, resignificação da experiência do adoecimento e suporte adequado para redução ou melhor enfrentamento do sofrimento e sobrecarga identificados nesse processo. 

Palavras-chave


Enfermagem Psiquiátrica; Família; Pesquisa Qualitativa; Esquizofrenia