Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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DENGUE: EFICÁCIA DA PREVENÇÃO E PROMOÇÃO À SAÚDE
Patricia Aline Ferri Vivian, Vanderléia Laodete Pulga, Lucimar Fossatti de Carvalho, Helena de Moraes Fernandes, Amanda de Souza, Carolina klaesener, Renata Casarin

Última alteração: 2015-11-23

Resumo


APRESENTAÇÃO: O quadro epidemiológico atual de dengue no Brasil caracteriza-se pela ampla distribuição do vetor em todas as regiões do país com uma complexa dispersão do vírus. Ao longo dos anos essa situação têm provocado a ocorrência de epidemias nos principais centros urbanos do país, ocasionando um importante aumento na procura pelos serviços da saúde, com ocorrência de óbitos. No Brasil existe Programa Nacional de Controle da Dengue, baseado em diversas ações com o intuito de promoção e prevenção. O mesmo é implantado em todos os municípios do país, com o objetivo de reduzir a infestação por Aedes aegypti e, consequentemente, amenizar a transmissão da dengue. O Ministério da Saúde disponibiliza recursos para execução de ações desta natureza. A organização da rede de serviços da saúde é condição para o enfrentamento de uma epidemia de dengue. O estabelecimento de protocolos clínicos, sistema de referência e contrareferência, com base na classificação de risco, torna possível o  atendimento oportuno e de qualidade ao doente. Nesse sentido, o presente trabalho apresenta uma revisão de literatura sobre a importância da rede de saúde estar adequada para intervir em casos de dengue, assim como todos os seus colaboradores estarem capacitados, com o intuito de promover a saúde, agir com multidisciplinaridade e evitar óbitos.  DESENVOLVIMENTO: A pesquisa bibliográfica mostra que a dengue é um dos principais problemas de saúde pública no mundo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 2,5 bilhões de pessoas (2/5 da população mundial) estão sob risco de contrair dengue1. Trata-se da mais importante arbovirose evidenciando um sério problema de saúde pública no mundo. No Brasil, todos os recursos, programas e campanhas de prevenção não são suficientes para evitar o surgimento de casos autóctones. Dificilmente algum estado brasileiro está preparado para uma epidemia de dengue, pois a necessidade de estrutura física, atendimentos ambulatoriais, preparação de profissionais além da dificuldade de controlar as fases de desenvolvimento do vetor, que tem ampla capacidade em se desenvolver preferencialmente em áreas urbanas, acometem um número extenso de pessoas que manifestarão a doença. O quadro epidemiológico do Brasil aponta para a vulnerabilidade de ocorrências de epidemias, bem como para um aumento das formas graves, possibilitando o risco de aumento de óbitos e da letalidade. Outro fator preocupante é o aumento de casos na faixa etária mais jovem, inclusive crianças. Ações conjuntas na área da saúde, iniciadas pelos municípios que são contemplados com os devidos recursos e devem executar os serviços, assim como o papel orientador e fiscalizador da gestão estadual e a união que distribui os recursos e fornece as devidas capacitações aos profissionais de modo interligado, são fundamentais para a execução de práticas preventivas para a saúde da população. RESULTADOS: A partir da busca bibliográfica realizada constatou-se que no momento em que a doença é diagnosticada com antecedência, as chances de complicações diminuem. A porta de entrada preferencial para o atendimento da pessoa com suspeita de dengue é a Atenção Primária. A organização da rede de serviços de saúde é uma das condições para o enfrentamento de uma epidemia de dengue. O estabelecimento de protocolos clínicos, sistema de referência e contrareferência. Com base na classificação de risco, torna possível o atendimento oportuno e de qualidade ao doente sendo imprescindível para evitar a ocorrência de óbitos. Porém, todos os serviços de saúde devem acolher os casos, classificar os riscos, atender, e, se necessário, encaminhar para o serviço compatível com a complexidade e/ou necessidade do paciente, responsabilizando-se por sua transferência. Prover os materiais EPIs e matérias adequados para o atendimento, prover as unidades de saúde de medicamentos básicos para atendimento do paciente com suspeita de dengue e adquirir medicamentos e materiais de consumo de acordo com a demanda. As unidade de saúde são as principais fontes de detecção dos casos suspeitos de dengue e, também fontes de dados para os serviços de vigilância. A rápida coleta de informações nas unidades de saúde e a qualidade destes dados são essenciais para o desencadeamento de ações de controle e prevenção no nível local. Dessa forma, é fundamental a boa comunicação entre as equipes destas unidades, bem como com as vigilâncias epidemiológica e entomológica. Destacamos a importância da atualização dos profissionais de saúde no manejo de diagnósticos diferenciais e o cuidado com a aplicabilidade dos protocolos de atendimento, assim como a preparação nos primeiros atendimentos suspeitos. O Agente de Saúde é o elo importantíssimo na prevenção e o mesmo precisa estar apto para desenvolver as suas atividades.  Dessa forma, amplia-se a qualidade no atendimento e diagnóstico se os casos estão sendo atendidos em unidades de saúde com capacidade para prestar atendimento adequado e oportuno. Para tanto, deve-se considerar a necessidade de adequação da rede para prestar serviços. Mediante surtos ou não de dengue é indispensável a preparação da equipe médica na suspeita, diagnóstico e manejo clínico da doença. Estas devem evitar o reconhecimento errôneo da doença na busca incessante de diminuir a evolução e óbitos causados por essa enfermidade, pois os sintomas da dengue são semelhantes a diversas moléstias. Vale ressaltar a necessidade de orientar constantemente os profissionais de saúde através de aperfeiçoamentos e atualizações com o objetivo de preparação para o diagnóstico precoce, bem como o controle das complicações posteriores as quais os pacientes estão sujeitos. Sugerimos adoção do protocolo único de manejo clínico para ser utilizado em todas as unidades de saúde (primária, secundária e terciária) com base no Manual Dengue: diagnóstico e manejo clínico - adulto e criança; disponível na página eletrônica da Secretaria de Vigilância em Saúde (www.saude.gov.br/svs). CONSIDERAÇÕES: Nesse sentido, a quase totalidade dos óbitos por dengue é evitável e depende, na maioria das vezes, da qualidade da assistência prestada e da organização da rede de serviços da saúde. Quanto a prevenção do vetor é necessário que a execução do programa de controle da dengue seja eficaz, os envolvidos sejam preparados, que a população receba as orientações e assuma os compromissos de promoção, prevenção e cuidados que lhe cabem no seu cotidiano de vida. Em uma epidemia de dengue ou em regiões com um elevado número de focos do mosquito é fundamental o olhar, a habilidade clínica o do médico para um rápido e preciso diagnóstico. Os processos de formação dos envolvidos nas redes de saúde, a organização dos serviços e as estratégias para o enfrentamento são medidas eficazes para diminuir o número de óbitos ocasionados pela dengue.

Palavras-chave


Dengue, doença, diagnóstico, prevenção, população, controle

Referências


1. Academia brasileira de ciências. Doenças Negligenciadas. Rio de Janeiro-RJ. 2010 [acessado em Nov 2014]. Disponível em http://www.saude.rs.gov.br/upload/1396986893_Boletim%202014.14.pdf 2.Coelho PM, Foresteiro C, Lima SJ, Santos D, Tavares P. Dengue e sua dificuldade diagnóstica. In: Congresso Brasileiro de Pediatria – 36; 2013; Curitiba (PR) [acessado em dez 2014]. Disponível em: http://www.sbp.com.br/trabalhos-de-congressos-da-sbp/36CBPediatria/0502-dengue-e-sua-dificuldade-diagnostica.pdf. 3.Ministério da Saúde (BR), Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica. Diretrizes nacionais para prevenção e controle de epidemias de dengue. Brasília: Ministério da Saúde, 2009.                                                                              4. Ministério da saúde (BR). Dengue Diagnóstico e Manejo Clínico. 4ª edição. Brasília-DF. 2013.                                               5.Academia brasileira de ciências. Doenças Negligenciadas. Rio de Janeiro-RJ. 2010 [acessado em Nov 2014]. Disponível em: http://www.saude.rs.gov.br/upload/1396986893_Boletim%202014.14.pdf 6.Portal da Saúde. [acessado em março de 2015]. Disponível em: http://dtr2004.saude.gov.br/sinanweb/index.php