Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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Acolhimento dos Novos Trabalhadores: Uma estratégia para qualificar a inserção de profissionais no SUS-Campinas
ALOIDE LADEIA GUIMARÃES

Última alteração: 2015-11-23

Resumo


APRESENTAÇÃO: Apesar dos resultados positivos, desde a implantação do SUS, há na sociedade brasileira a disseminação da concepção de que o SUS é um sistema para os pobres e que é uma política pública de resultados duvidosos. Nesse contexto é comum que os trabalhadores ao ingressarem no SUS tragam consigo concepções, vindas do senso comum que contribuem para um julgamento depreciativo do sistema e uma baixa valorização do próprio trabalho no qual estão ingressando. Isso contribui para a dificuldade de adaptação dos novos trabalhadores e para um elevado grau de sofrimento de muitos deles. O projeto do Acolhimento dos Novos Trabalhadores tem como objetivo contribuir para um ingresso humanizado do trabalhador na rede, diminuindo as dificuldades de adaptação e ampliando o grau de compreensão do contexto no qual ele passará a fazer parte. O projeto tem também o objetivo de oferecer instrumentos que facilitem o desenvolvimento do trabalho de qualidade dentro dos princípios do SUS. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: O Centro de Educação dos Trabalhadores de Saúde – CETS, órgão da Secretaria Municipal de Saúde de Campinas – SMS, vem há mais de uma década coordenando o processo da recepção dos novos trabalhadores que ingressam no SUS-Campinas. A partir de 2006, considerando a experiência acumulada, teve início um processo de qualificação do Acolhimento, envolvendo três espaços de gestão da instituição: central, distrital e local. O nível central, através do CETS desenvolve Oficinas, com duração 12 horas, onde se discutem os temas: Princípios e Diretrizes do SUS; Rede de Saúde de Campinas; Modelo Assistencial e Principais Instrumentos de Trabalho. Aos Distritos cabe propiciar o conhecimento das características regionais quanto a indicadores demográficos, socioeconômicos e de saúde, o conhecimento dos serviços de sua área de abrangência e promover a integração dos trabalhadores. Ao nível local cabe a tarefa de desenvolver junto com os trabalhadores as atividades de dispersão, que visam o conhecimento do território, características locais, estrutura, funcionamento da unidade e equipe do serviço, além da integração do novo trabalhador com sua equipe e com os usuários. Como instrumento facilitador foi criado um Guia, construído para cada área de atuação, de forma a abordar as diferentes tecnologias e especificidades do trabalho. Esse guia contém informações fundamentais para o desenvolvimento do trabalho e itens de informação que o trabalhador irá coletar em serviço nas atividades de dispersão. RESULTADOS: Desde 2006, passaram pelo processo de Acolhimento mais de 2.000 profissionais, os quais junto com gestores dos serviços avaliam o processo como uma estratégia concreta, através da qual podemos facilitar a adaptação de quem ingressa na rede e propiciar a sua aproximação contribuindo para maior motivação no trabalho e compreensão do modelo assistencial proposto para o município de Campinas. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Com o processo fomos aprendendo sobre as maiores demandas dos novos trabalhadores ao entrarem no SUS e aprimorando tanto o conteúdo trabalhado nas Oficinas como os Guias. Os guias, que inicialmente eram elaborados por categoria profissional, tem se firmado como potente instrumento para a inserção de profissionais de diferentes categorias nos diferentes pontos da rede de atenção. 

Palavras-chave


inserção; processo trabalho;

Referências


MERHY, E. E. A cartografia do trabalho vivo. São Paulo: Hucitec, 2002.

BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde –ENSP, 2005. Curso: “Formação de Facilitadores de Educação Permanente em Saúde.”