Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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A Interação Ensino-Serviço-Comunidade na Formação Médica: Potencialidades e Desafios a partir da Experiência da Medicina da UFFS
Carina Andressa Dick, Vanderleia Laodete Pulga, Raoli Sheidemantel Wagner

Última alteração: 2015-10-27

Resumo


APRESENTAÇÃO: A formação de profissionais da saúde, em especial de médicos, é um desafio mundial frente às necessidades de saúde dos povos, à transição demográfica e de perfil epidemiológico e às exigências científicas contemporâneas. Nessa perspectiva o Curso de Medicina da Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Passo Fundo (UFFS/PF) vem desenvolvendo iniciativas como o dispositivo das Imersões/vivências no Sistema Único de Saúde. Este é vinculado ao Componente Curricular de Saúde Coletiva, que utiliza o dispositivo das Imersões/vivências do Sistema Único de Saúde (SUS) para o ensino-aprendizagem em todas as fases do curso, possibilitando a interação entre o ensino, os serviços de saúde e as comunidades. O trabalho apresenta essa experiência com suas potencialidades e desafios. DESENVOLVIMENTO: O Curso de Medicina da UFFS/PF iniciou suas atividades no segundo semestre de 2013, com base nas diretrizes curriculares para a formação médica. A imersão/vivências no SUS é um dispositivo pedagógico que promove a inserção dos acadêmicos no SUS através da interação ensino-serviço-comunidade, com vivências realizadas pelos estudantes organizados em grupos, com acompanhamento de docentes da UFFS e preceptoria local em seis municípios da região, no cotidiano dos serviços de saúde e das comunidades. Para cada vivência tem roteiros orientadores das ações e das reflexões a serem produzidas na interação que os estudantes realizam sistematicamente. Este dispositivo responde ao desafio proposto à formação médica que é de atender a saúde da população de forma integral e de formar profissionais de saúde capazes de enfrentar os atuais desafios de saúde das populações. RESULTADOS: Após dois anos de experiência, é possível identificar melhorias nos processos de trabalho das equipes de saúde, inclusão de políticas e ações de saúde, o reconhecimento de populações e suas necessidades de equidade, ampliação da participação social e formação das equipes de saúde especialmente de agentes de saúde. Em relação aos estudantes, há um domínio sobre as formas de compreender os processos de saúde-doença das comunidades, de elaboração de diagnósticos, projetos de interação com as comunidades e equipes de saúde, contemplando a promoção, proteção e educação em saúde. A cada semestre ocorrem adaptações pedagógicas, da dinâmica de funcionamento e da logística necessária, aprimorando a organização e a orientação das atividades desenvolvidas, trabalhando com eixos temáticos e promovendo maior participação dos estudantes desde o primeiro semestre. As mudanças vão sendo feitas a partir de discussões levantadas principalmente pelos acadêmicos, que questionam a forma como os processos de trabalho ocorrem nas unidades básicas de saúde e a participação dos estudantes nessas relações, para que efetivamente consigamos contribuir de forma mútua para qualificação do serviço e da formação médica. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A construção das práticas realizadas nas vivências do SUS atrelada as demandas das comunidades é constante, contribuindo para a formação de médicos com capacidade de pensar criticamente, de analisar os problemas de saúde e suas múltiplas relações e buscar soluções. Por fim, é fundamental manter canal de diálogo entre equipe de saúde, comunidade, estudantes e professores para aprimorar o processo de formação em serviço e melhorar a saúde da população.

Palavras-chave


formação médica; ensino-serviço-comunidade; SUS