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O processo de reforma psiquiátrica brasileira preconiza a criação e o fortalecimento de uma Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), constituída por pontos de atenção à saúde de caráter territorial que atuem na promoção da dignidade humana e no cuidado integral das pessoas em sofrimento psíquico e com necessidades decorrentes do uso de drogas no Sistema Único de Saúde (SUS), conforme portaria 3088/2011 do Ministério da Saúde. A atenção básica como ponto de atenção da RAPS tem a responsabilidade de desenvolver ações de promoção, prevenção e o cuidado dos transtornos mentais, sendo esta ordenadora do cuidado. Assim, nesta perspectiva, cada gestor se organiza para o acontecimento e desenvolvimento desse conjunto de ações no seu território contribuindo para a mobilização de vários processos de trabalho implicados com os princípios do SUS (universalidade, integralidade e equidade). Estes escritos têm por objetivo descrever o processo de implementação do apoio matricial em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) do Município de Fortaleza, trazendo reflexões pertinentes dos desafios superados da realidade construída. Utilizou-se como metodologia a pesquisa-intervenção, cuja proposta é a investigação/produção a partir da implicação do pesquisador com os fenômenos estudados, resultando em ações críticas e implicativas. Tentando dar continuidade a proposta da construção da linha guia, utilizou-se das tecnologias do apoio matricial como ferramenta de diálogo para o primeiro contato com a equipe da UBS, a fim de criar espaços de sensibilização para o fortalecimento da RAPS através das tecnologias do apoio matricial. Entende-se apoio matricial em saúde mental como um conjunto de ações que promovem para as equipes da atenção básica um suporte técnico a fim de qualificar ações no território. No caso do diálogo entre atenção básica e atenção psicossocial, esse encontro aconteceu por meio do compartilhamento de casos e no processo de corresponsabilização, desencadeando estratégias de intervenção junto ao território dado pela potencialidade da educação permanente. Destarte, através da metodologia de oficinas pedagógicas, buscou construir encontros com os profissionais envolvidos no processo de aplicação dos instrumentos de estratificação. Dentre os principais resultados estão: o fortalecimento da Rede de Atenção Psicossocial dado pela qualificação dos processos de trabalho a partir da educação permanente; o entendimento e a implicação profissional com os processos de reforma sanitária e reforma psiquiátrica; e, por fim, a construção de vínculo entre as equipes. Considera-se extremamente relevante o apoio matricial na atenção básica, dado por sua influência na gestão do cuidado em saúde mental, criando outras possibilidades por meio da construção de Projetos Terapêuticos Singulares e linhas de cuidado no diálogo permanente com a comunidade.  

Apoio Matricial. Saúde Mental. Atenção Básica.