Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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A análise de informações em saúde e a qualificação do cuidado relacionado à sífilis em gestante e congênita
Luara Lima, Patrícia Durovni

Última alteração: 2015-10-30

Resumo


A Superintendência de Atenção Primária à Saúde (SAP) da SUBPAV/ SMS RJ, vem realizando a análise das notificações dos agravos Sífilis Congênita e Sífilis em Gestante registradas no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Partindo da análise do cenário epidemiológico destes agravos no município e em suas dez Áreas de Planejamento (AP), busca-se estabelecer estratégias para apoiar as coordenações de cada área na qualificação do cuidado e das notificações. Este trabalho visa apresentar esta experiência, discutindo a utilização dos dados dos sistemas de informação em saúde como ferramentas que possibilitam conhecer aspectos do território, como características de tratamento, possíveis falhas na assistência e fluxos de comunicação entre serviços. Estas análises, em conjunto com aspectos demográficos e sociais, podem ser subsídio na elaboração de estratégias de educação permanente e gestão do cuidado. A sífilis congênita, apesar de ser um agravo evitável através do adequado tratamento da gestante com sífilis, ainda é importante causa de morbimortalidade infantil e fetal. Como evento sentinela, indica a necessidade de ampliar esforços na qualidade do cuidado de gestantes com sífilis e no controle da sífilis adquirida. Neste sentido, cabe à gestão, entre outras ações, acompanhar e analisar os dados epidemiológicos. O monitoramento dos dados e indicadores relacionados a tais agravos é realizado pela SMS RJ, pelo setor de Vigilância Epidemiológica e pela Coordenação de Linhas de Cuidado e Programas Especiais CLCPE) com sua gerência de DST/ AIDS, que se responsabiliza pela elaboração de boletins epidemiológicos e pelo apoio às DAPS(Divisão de Ações e Programas de Saúde) das CAP(Coordenação de Área de Planejamento). O município do Rio de Janeiro vem, desde 2009, promovendo a ampliação da Atenção Primária e buscando a qualificação do cuidado aos seus usuários. No entanto, considerando a complexidade das situações que envolvem casos de sífilis, temos um cenário epidemiológico de alta incidência, e desafios para sua eliminação. Este trabalho envolve análise das fichas de notificação em duplicidade no SINAN, para sua exclusão e qualificação do banco de dados. Paralelamente, dados do município e suas dez AP vem sendo levantados através do Tabwin para análise. A proposta é colaborar com o trabalho que já vem sendo realizado pela CLCPE, junto às DAPS e aos Responsáveis Técnicos (RT). O trabalho a partir dos dados vem fomentando discussões importantes, além do compartilhamento das experiências que já vêm ocorrendo nas AP, auxiliando aquelas que necessitem investimento. Espaços coletivos e dialogados são mais interessantes para construção das práticas de gestão e atenção em saúde por terem a potência de proporcionar cooperação, articulação em rede e soluções mais consistentes para os problemas identificados. Também será elaborado, a partir deste trabalho, o Boletim Epidemiológico de 2015. Os dados demonstraram diferenças entre as AP, mas, no geral, que nossos principais desafios são: garantir tratamento em tempo oportuno, considerando adesão ao tratamento e ao pré-natal, busca ativa de gestantes faltosas e garantia da disponibilidade da medicação; tratamento do parceiro, considerando a necessidade de estratégias de educação em saúde voltadas para homens e seu autocuidado; correto preenchimento do cartão da gestante e qualidade da informação. 

Referências


Brasil, Guia de Vigilância em Saúde / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. – Brasília : Ministério daSaúde, 2014.

Magalhães, D. M. S., Kawaguchi, I. A. L., Dias, A., Calderon, I. M. P. A Sífilis na gestação e sua influência na morbimortalidade materno-infantil. In: Com. Ciências Saúde - 22 Sup 1: S43-S54, 2011.

Domingues, R. M. S. M., Saraceni, V., Hartz, Z. M. A., Leal, M. C. Sífilis Congênita: evento sentinela da qualidade da assistência pré-natal. In: Revista de Saúde Pública 2013; 47 (1): 147-57