Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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A Interação de Estudantes de Medicina com as Práticas Integrativas e Complementares no SUS
Bruna de Oliveira, Lucas Henrique Lenhardt, Vanderléia Laodete Pulga, Marindia Biffi

Última alteração: 2015-10-27

Resumo


APRESENTAÇÃO: As Práticas Integrativas e Complementares são ações de saúde milenares que visam reestabelecer o princípio homeostático corporal por meio do contato com agentes naturais e interação com o meio ambiente.  Com a publicação da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares em 2006, essas práticas de cuidado em saúde passaram a ser institucionalizadas no Sistema Único de Saúde e desde então se percebe uma ascensão no seu uso. Com o contato prático nas vivências/imersões de estudantes durante o curso de Medicina da Universidade Federal da Fronteira Sul campus Passo Fundo, são vivenciadas algumas dessas práticas de cuidado, principalmente no contato com populações indígenas, quilombolas, camponeses e assentados rurais vinculados ao MST em municípios do norte gaúcho. DESENVOLVIMENTO: O cultivo de plantas medicinais e fitoterapia, a homeopatia, a acupuntura e outras ferramentas de cuidado complementares da prática médica hegemônica, auxiliam no processo de recuperação, tratamento ou profilaxia de pacientes. Essas medidas, apesar de fazerem parte do cotidiano das comunidades, recentemente estão tendo visibilidade e espaço de atuação no SUS, como se identifica em municípios do norte do Rio Grande do Sul, especialmente em Água Santa e Pontão. A horta medicinal e a socialização de conhecimentos sobre os efeitos terapêuticos das ervas e sua melhor forma de eficácia, favorecem uma atenção integral e complementar da medicina convencional. Durante as vivências de imersão da UFFS, os acadêmicos de medicina se integram nessa realidade compreendendo a importância dessas práticas de cuidado, assim como o respeito quanto à opção terapêutica que cada pessoa possui quanto à escolha dos métodos de tratamentos. RESULTADOS: O exercício prático dessas situações permite um conhecimento prévio sobre as práticas integrativas que contribui na construção das ferramentas de cuidado para os futuros médicos e possibilita uma decisão de seu uso isolado ou coadjuvante na terapêutica. Assim, o discente entra em contato com uma realidade que o faz refletir sobre essas abordagens terapêuticas e determinados preconceitos e resistências sobre as mesmas. Os locais que ofertam essa possibilidade médica complementar indicam que há maior adesão ao tratamento, principalmente em idosos, além de um maior vínculo do usuário com a Unidade Básica de Saúde. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Considerando os inúmeros benefícios das práticas integrativas, faz-se necessário o uso racional e a busca de equilíbrio entre a medicina convencional e a complementar. Ainda há desafios para um equilíbrio entre a aposta médica dessas práticas com o exercício da autonomia dos usuários na escolha por determinadas abordagens em seu cuidado, dependendo do tipo de patologias a serem tratadas. Outro fator relevante quanto ao crescimento dessas práticas é a questão financeira, pois esses métodos possuem baixo custo em comparação às outras. Porém, demandam uma integração e participação social permanente. Por fim, o contato com populações indígenas, rurais e quilombolas, vem contribuindo na formação médica tanto para uma análise das peculiaridades que se encontram nesses locais, como também para uma formação crítica, humanística e inserida no cotidiano dos serviços, ampliando as ferramentas de cuidado para o exercício médico.     

Palavras-chave


Práticas integrativas; medicina alternativa; Educação

Referências


DEPARTAMENTO DE ATENÇÃO BÁSICA - DAB, Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde. Disponível em: <http://dab.saude.gov.br/portaldab/pnpic.php> Acesso em 13 out 2015.

DIEHL, Dayane Andréia. et al. Saúde e equilíbrio através das terapias integrativas: Relato de experiência. Revista de Enfermagem, Frederico Westphalen, v.8, n.8, p. 245-255,2012.