Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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PROJETO VER-SUS: O DESAFIANTE PAPEL DA FACILITAÇÃO
João Paulo Teixeira Silva

Última alteração: 2015-10-31

Resumo


APRESENTAÇÃO: O Projeto Vivência e Estágios na Realidade do Sistema Único de Saúde (VER-SUS) foi criado visando formar profissionais mais preparados para atuar no cotidiano do SUS, unindo a tríade educação, trabalho e saúde, a qual é reconhecidamente uma área crítica do processo de reorientação do setor saúde. O VER-SUS segue um modelo que possibilita ao graduando, futuro profissional de saúde, experienciar um novo ambiente de aprendizagem: o cotidiano das organizações de saúde. Deste modo, o projeto promove, através da observância e reflexão, a formação de profissionais comprometidos ética e politicamente com as necessidades de saúde da população.O papel do facilitador é essencial por seu caráter fomentador e exemplar, o qual conduz de maneira responsável as discussões por meio da prática reflexiva, estimulando a criatividade e a participação dos atores, fazendo-os se entender como parte do processo e incentivando-os a elencar estratégias para otimização dos recursos e resultados. Entretanto, é necessário que esse tenha um amplo conhecimento do SUS, bem como do setor saúde, além de possuir habilidades de comunicação e relacionamento interpessoal. Objetiva-se apresentar um relato de experiência de facilitação no estágio interdisciplinar de imersão, demonstrando a importância do facilitador como agente motivador de discussões, de aprendizagem acadêmica e de convivência harmonia entre o grupo, além de ser referência para os viventes. METODOLOGIA: As duas edições do projeto VER-SUS, no estado do Rio Grande do Norte, ocorreram em julho de 2014 e janeiro de 2015. Ambas contaram com 4 cidades sede que receberam um grupo de 12 acadêmicos, sendo 2 facilitadores e 10 viventes. Entretanto, na segunda edição, uma ênfase maior foi dada ao papel do facilitador, entendendo-o como um agente fomentador de discussões, sendo realizada uma capacitação a fim de qualificar esses atores para desempenhar o seu papel com maior excelência, permitindo discussões e debates ainda mais ricos e de maior valor. RESULTADOS: Durante a vivência em cada cidade foi observado o funcionamento de todo o aparato de assistência à saúde da região, a percepção dos usuários e o processo de trabalho dos profissionais. A ação do facilitador teve como foco oportunizar reflexões a respeito dos mais diversos aspectos, visando abordar inclusive perspectivas pouco consideradas, mas que impactam na saúde da população, trazendo os aspectos teórico-legais do SUS e analisando a sua aplicabilidade. Assim, foi possível refletir sobre a interdisciplinaridade visando à integridade na assistência à saúde, o impacto das falhas na gestão sobre a saúde da população e a subjetiva percepção do usuário no atendimento às suas necessidades. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A facilitação, por meio da mediação das discussões, permite aos viventes constituírem uma visão ampla da saúde e o fortalecimento de um olhar crítico construtivo, os quais passam a se tornar viáveis para o estímulo na formação de trabalhadores para o SUS, comprometidos eticamente com seus princípios e diretrizes, se entendendo como agentes sociais e políticos capazes de promover transformações.

Palavras-chave


Facilitação; Educação em Saúde; Sistema Único de Saúde

Referências


ALVES, L.V.V. et al., Percepção do Programa Saúde da Família a partir de Estagiários do Projeto VER-SUS. Fam. Saúde Desenv., Curitiba, v.7, n.3, p.266-271, set./dez. 2005.

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MENDES, F.M.S. et al., Ver–Sus:Relato de Vivências na Formação de Psicologia. Psicologia: Ciência e Profissão. 2012, 32 (1), 174-187