Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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SAÚDE MENTAL NA ATENÇÃO BÁSICA: O PERFIL DOS USUÁRIOS EM SOFRIMENTO MENTAL DE UMA UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA
Lilian Cristina Bittencourt de Souza, Ana Paula Loewe de Carvalho, Bibiana de Oliveira Pavim, Luciana Barcellos Teixeira, Vanessa Sofiatti

Última alteração: 2015-10-27

Resumo


APRESENTAÇÃO: Na Atenção Básica é crescente o número de usuários que necessitam de acompanhamento psicológico, o que tem exigido reorganização dos serviços, qualificação e empenho dos profissionais, além de articulação com os demais serviços disponíveis na rede. Para dar conta dessa demanda as equipes contam com o apoio dos residentes em Saúde Coletiva do EducaSaúde – UFRGS e da equipe de matriciamento em Saúde Mental da Gerência Distrital Glória, Cruzeiro e Cristal. Procurando conhecer esses sujeitos e suas histórias de vida, este trabalho tem por objetivo descrever o perfil dos usuários adultos em sofrimento mental que procuram tratamento em uma Unidade de Saúde da Família. METODOLOGIA: Foram analisadas 10 fichas dos usuários adultos que foram escutados no período de abril a agosto de 2015. As fichas são de pacientes que compõem o apoio matricial da Gerência Glória, Cruzeiro e Cristal de Porto alegre. Para uma análise mais precisa selecionamos as fichas cujas informações estavam completas. As categorias analisadas foram: sexo, idade, escolaridade, profissão, histórico familiar, histórico clínico e provável diagnóstico. RESULTADOS: Após avaliação das fichas não encontramos diferenças significativas entre os sexos. 80% dos usuários apresentam baixo nível de escolaridade. A maioria dos usuários cerca de 60 % sofrem de depressão em seus diferentes graus. 40% dos usuários procuraram tratamento na USF devido a ideações e tentativas de suicídio. 20% sofreram abuso sexual na infância e os outros 20% são dependentes de álcool. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Percebemos através das análises que os usuários na sua grande maioria sofrem de depressão, possuem baixo nível de escolaridade e exercem atividades pouco valorizadas pela sociedade. O que tende a aumentar o sofrimento, já que além da sobrevivência os sujeitos buscam através do trabalho criar uma identidade. Alguns usuários relatam ter sofrido abuso sexual na infância e/ou sofreram violência familiar, o que justifica os conflitos em seus relacionamentos íntimos e as dificuldades de conviver em sociedade. Identificamos dois casos de usuários com ideação suicida que tem histórico de suicídio na família. O que não significa um padrão mas pode ser um sinal de alerta motivando novas pesquisas. Através dos Residentes em Saúde Coletiva a demanda referente a saúde mental na USF passou a ter visibilidade. Os residentes passaram a realizar as escutas de saúde mental, prestando apoio a equipe, que por diversos motivos não conseguia assumir a demanda, as informações sobre os usuários em sofrimento mental na unidade não estavam organizadas e nem completas. Os residentes auxiliaram a equipe nessa organização, o que justifica o número pequeno de fichas analisadas neste trabalho.

Palavras-chave


Saúde Mental; Atenção Básica; Sistema Único de Saúde