Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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DIÁLOGOS ENTRE PESSOAS EM SITUAÇÃO DE RUA E DISCENTES DA UNIFESP: FORMANDO CIDADÃOS CONSCIENTES
NATALIA TENORE ROCHA, Adriana Gleice de Assis Santos, Anna Carolina Martins Silva, Daniela Kleinert, GABRIELA DE PAULO CATALANO

Última alteração: 2015-11-04

Resumo


APRESENTAÇÃO: O Projeto de Extensão Periferia dos Sonhos vem integrando graduandos, pós-graduandos, docentes da Universidade Federal de São Paulo, e profissionais das áreas da saúde e assistência social que atuam com a população em situação de rua. O projeto vem atuando desde 2009, instituído devido a uma demanda estudantil. A partir de 2012, nos vinculamos ao Programa de Extensão “Com-Unidade”, junto de mais três projetos que tem por base: Direitos Humanos, Saúde e Educação desenvolvidos na Unifesp. A extensão proporciona aos estudantes vivências práticas e reais do que se aprende na universidade, encontrando extra muros uma realidade diferente das que aprende intra muros. Através disso, refletimos sobre o nosso papel diante da iniquidade social. Os extensionistas quebram paradigmas já impostos pela estrutura social em que são inseridos ao decorrer da vida, o que permite a compreensão da importância dos seus atos e escolhas e de perceber-se como ator do seu processo de formação. A inquietação do grupo provém da reflexão atual diante de um histórico de injustiças econômicas, sociais e políticas a um grupo desprovido de direitos, construindo um ideal, permeado de sonhos. METODOLOGIA: O Periferia procura ter reuniões dinâmicas, estando presente junto a cada convivente do albergue Portal do Futuro. Há reuniões de estudo quinzenal no campus São Paulo da Unifesp e duas atividades em campo, Portal albergue do Futuro. Nas reuniões na universidade falamos de Rua, direitos humanos, saúde e educação. Tentamos colocar em prática a educação popular buscando “fazer junto” com os usuários. O projeto abriga graduandos de diversos cursos e diferentes meios sociais. Sendo o seu eixo estruturante a cogestão entre os estudantes, docentes e profissionais, implicando no contínuo exercício do diálogo. As conversas e expressões artísticas, são as que mais chamam atenção dos usuários levando assim de uma forma leve a reflexão de vida e ao mesmo tempo proporciona ao graduando aprender sobre a vida, sobre si mesmo e sobre o outro. Os temas são sugeridos pelos conviventes, e em conjunto fazemos uma roda de conversa e debatemos o assunto e procuramos ter um produto final, geralmente artístico, que resume o que foi conversado durante a noite. RESULTADOS: Após a primeira visita já vemos a transformação de pensamento do graduando e buscamos junto conversar e entender o porquê de tanta marginalização de seres humanos que se diferenciam de nós por termos uma chave que abre a porta de uma casa. O respeito e a valorização do ser humano em si, faz com que além de nós passarmos a ver esta população, ela também passa a nos enxergar. E o diálogo começa. O Periferia muda a visão apática que o estudante tem do mundo, faz com que ele saia de sua zona de conforto, quebre os muros que o cercam dentro da universidade, e insere excluídos da sociedade ao seu círculo social. Desenvolvendo um cidadão mais aberto ao diálogo com pessoas diferentes, quebrando o preconceito que antes existia, matando o velho mito do “homem do saco”. Impregnados de sentido temos na extensão o respiro do pragmatismo.

Palavras-chave


Rua; Extensão; Educação Popular; Direitos Humanos