Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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Para além da Sala de aula. O processo de ensino-aprendizagem em diferentes cenários da atenção primária a saúde. “Vamos para a padaria?!”
JorgeLuiz de Andrade Trindade, Marielly . de Moraes, Alexandre Simões Dias

Última alteração: 2015-10-27

Resumo


APRESENTAÇÃO: É sabido que os espaços de ensino-aprendizagem têm ultrapassado os muros tradicionais das instituições e ganhado lugar nos ambientes informais.  Para Merhy (2015), a educação permanente em saúde em movimento não necessita estar presa aos organogramas ou às hierarquias dos sistemas de saúde e muitas vezes se faz mais potente em espaços como as rodas de conversa do café. Os processos e dinâmicas de formação dos profissionais de saúde passam por muitos diferentes cenários de prática na atualidade. Após a criação das Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos da área da saúde, a academia experimentou uma profusão de discussões sobre a adequação dos currículos à realidade do sistema de saúde do país. Neste contexto, emergem novas metodologias muitas vezes balizadoras nas diversas formas de construção de conhecimento. No caso da atenção primária à saúde, as aproximações da academia aos ambientes informais tornam-se rotineiras considerando o transito dentro de uma área chamada adstrita e dentro desta a identificação dos equipamentos sociais. METODOLOGIA: Este relato de experiência, surge como questionamento de alguns alunos sobre ser o espaço informal legitimo ou não na formação do fisioterapeuta que experimenta o estágio curricular na Atenção Primária. Neste cenário, surgem alguns elementos inquietantes ao estranhamento do ambiente como local de desenvolvimento do currículo. Ora como podemos entender os espaços de formação como ferramentas construtoras do conhecimento ampliado na formação crítica e analítica se não conseguimos entender a ausência do quadro negro? RESULTADOS: Processos de trabalho discente, distanciados na prática do contexto ortodoxo da concepção formativa, pressupõem acolhimento de diversidades disponíveis na qualificação do fazer em saúde. Compreender e identificar estes elementos é contextualizar as demandas do território de prática em diferentes locais, de diferentes formas. De uma maneira prática, poderíamos considerar o processo de diagnóstico coletivo de saúde onde os elementos populacionais ou sociais, como os equipamentos do espaço são indicadores de processos de trabalho na saúde. Desde a escolha de ferramentas de trabalho até a busca de resoluções de problemas que envolvem usuários. Dessa forma, o protagonismo à luz das DCN, insurge com fator da problematização de desafios do ensino-aprendizagem e as suas interfaces na construção de um perfil profissional para além dos aspectos técnicos com competências humanas e resolutivas no seu fazer de profissional da saúde. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Neste contexto, ir tomar café na padaria, dentro da rotina de trabalho, configura um duplo desafio: a ruptura de uma cultura de ensino centrado na prática da sala de aula e que reflete na produção de assistência a saúde e a abertura para a compreensão do significado de compor em contextos diferentes as práticas que considerem o profissional sujeito de um cenário de vida.

Palavras-chave


Ensino Superior; Atenção Primária à Saúde;Ensino; Fisioterapia

Referências


1.AGUILAR-DA-SILVA, Rinaldo Henrique; JÚNIOR, Adeir Moreira Rocha. Avaliação da problematização como método ativo de ensino-aprendizagem nos cenários de prática do curso de fisioterapia. Revista Científica e-curriculum. ISSN 1809-3876, v. 5, n. 2, 2010.

2.Brasil. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Superior Resolução n. 4 de 19 de fevereiro de 2002. Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais do curso de graduação em Fisioterapia. 2002. [acesso 10 ago. 2010]. Disponível em: http://portal.mec. gov.br/cne/arquivos/pdf/CES 042002.pdf.

3.BACHELARD, Gaston. A formação do espírito científico: contribuição para uma psicanálise do conhecimento. Trad. Estela dos Santos Abreu. Rio de Janeiro: Contraponto, 1996.

4.TEIXEIRA, Renato da Costa. Aderência dos cursos de Fisioterapia da região Norte às Diretrizes Curriculares Nacionais. Fisioter. mov. [online]. 2012, vol.25, n.1, pp. 47-54.