Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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O PROJETO BEM-ME-QUER NA HUMANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE SAÚDE PÚBLICA DE DOURADOS/MS
Maira Thaís Haro Rossini, Luis Eduardo Silva Ormonde, Aline Aline Paterlini Araújo dos Santos, Camila do Carmo Siqueira

Última alteração: 2015-11-23

Resumo


APRESENTAÇÃO: Nas últimas décadas, os avanços das ciências médicas têm surpreendido. A busca pelo aprimoramento científico e a acentuada especialização fez com que houvesse uma inversão de valores, priorizando a doença em detrimento do doente. Ademais, condições precárias, escassez de recursos e superlotação das unidades de saúde fizeram do profissional um refém da estrutura ofertada, prejudicando a relação com o usuário do SUS. O Projeto Bem-me-Quer objetiva melhorar o ambiente dos serviços de saúde pública e fazer os acadêmicos voluntários assimilarem o conceito de humanização e desenvolverem sensibilidade para lidar com pessoas em qualquer ambiente. METODOLOGIA: O projeto, fundado em 2007, pelo Centro Acadêmico de Medicina da UFGD (CACES), é formado por acadêmicos de diversos cursos da UFGD e UEMS, e por algumas pessoas fora do meio acadêmico. A intervenção do projeto consiste em visitas nos finais de semana ao Hospital Universitário da UFGD, contemplando quartos da enfermaria pediátrica, clínica cirúrgica e clínica médica, ao Lar do Idoso, onde a interação ocorre no pátio e ao Lar de Crianças Santa Rita, no qual a atuação acontece na quadra esportiva. Após cada visita é elaborado um relatório com as dificuldades e experiências vividas. O Projeto Bem-me-Quer, atualmente composto por 90 integrantes, possui três núcleos, os Clowns, caracterizados pelo uso de técnicas de teatro, encenação e improviso, os Contadores de História, os quais utilizam recursos como livros, desenhos e fábulas e os Músicos que usam a voz ou algum instrumento que tenham familiaridade. Os voluntários selecionados são capacitados através de oficinas específicas para cada núcleo, biossegurança, humanização hospitalar e interação de grupo. Impactos: A população alvo é composta por pacientes, acompanhantes, funcionários e idosos ou crianças institucionalizadas. RESULTADOS: Nota-se nos relatórios que os integrantes geralmente são bem recebidos, contribuindo para o bem-estar dos envolvidos no tratamento ou cuidado. Entretanto, é reafirmado aos voluntários o respeito à recusa da intervenção, independente do motivo. A música, o riso e o envolvimento numa história são capazes de auxiliar no tratamento de pessoas que vivenciam o ambiente hospitalar, diminuindo a dor e o estresse através da liberação de endorfinas, possibilitando uma recuperação mais rápida. Costuma-se ouvir agradecimentos e palavras encorajadoras de quem participa da intervenção. Além disso, os acadêmicos assimilam o conceito de solidariedade, trabalho em equipe e humanização, seja na área da saúde ou não. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Muitas vezes o paciente é visto apenas como um ser biológico portador de alguma enfermidade e, por isso, aspectos psicológicos e emocionais acabam sendo negligenciados. Frequentemente, os integrantes são abordados por funcionários, acompanhantes ou pacientes, que elogiam o projeto, ressaltando a importância da visita para proporcionar momentos de distração e felicidade, auxiliando a esquecer o ambiente frio e melancólico das instituições em que estão inseridos. Portanto, a intervenção do Projeto Bem-me-Quer contribui para o indispensável processo de humanização dos serviços de saúde pública, tanto pela atuação dos integrantes, quanto pela fomentação de discussões entre os acadêmicos acerca da sua importância na formação dos novos profissionais.

Palavras-chave


humanização, saúde pública, clowns, contadores de história, músicos

Referências


"A música, o riso e o envolvimento numa história são capazes de auxiliar no tratamento de pessoas que vivenciam o ambiente hospitalar, diminuindo a dor e o estresse através da liberação de endorfinas, possibilitando uma recuperação mais rápida." Lawson J, Peradejordi J. Endorfinas: la antidroga de la felicidad. Blumenau: Eco, 1998.