Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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PERCEPÇÃO DOS PAIS FRENTE A INCLUSÃO DA CRIANÇA AUTISTA NO ENSINO REGULAR: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Maria Isabel Ozuna dos Santos, Patrick Schneider, Pollyana Bortholazzi Gouvea, Mayara Ana da Cunha, Dagoberto Mior de Paula, Gladys Brodersen

Última alteração: 2016-01-06

Resumo


APRESENTAÇÃO: Apresentaremos neste congresso uma revisão bibliográfica sobre o Transtorno do Espectro do Autismo. Este transtorno acomete crianças em sua primeira infância, sendo de difícil diagnóstico e prolongando sofrimentos a criança e seus familiares até a adaptação de todos os envolvidos, tendo como uma das principais queixas dos pais, a inclusão desta criança na Rede Básica de Ensino Regular. Antes de existir uma lei que garantisse a inclusão aos autistas, eles iam apenas para as APAE’s e associações que dessem suportes para enfrentarem as dificuldades. A associação mais conhecida, a APAE, nasceu em dezembro de 1954, no Rio de Janeiro, trazida por Beatrice Bemis, que tinha uma filha portadora de Síndrome de Down. Ela se admirava por não existir ainda no Brasil nenhuma instituição para pais e amigos, pois nos Estados Unidos, onde ela morava, ela já havia participado e fundado diversas associações. Então, em 1955 foi fundada a primeira associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE do Brasil, com o objetivo de promover a atenção integral à pessoa com deficiência, prioritariamente aquela com deficiência intelectual e múltipla. OBJETIVOS: O Objetivo foi realizar levantamento bibliográfico, nas bases de dados nacionais, sobre inclusão da criança autista na rede de ensino regular. METODOLOGIA: O método utilizado foi revisão integrativa do termo abordado. Realizado busca de artigos científicos e pesquisas publicadas nas bases de dados nacionais cujos materiais estivessem disponíveis online, na íntegra e em português. Foram relacionados 23 artigos a partir dos escritores: “transtorno autístico”, “inclusão educacional” e “relação familiar”. Foram considerados apenas os trabalhos publicados na íntegra, com foco na inclusão escolar da criança autista e a inclusão escolar da criança autista sob a ótica dos pais. No total, foram analisadas, de forma detalhada, 8 artigos. RESULTADOS: Observou-se que na perspectiva dos pais, há um anseio em incluir os filhos no ensino regular para que os paradigmas sejam modificados, porém, vê-se que na perspectiva da escola, alunos e professores não estão preparados para recebê-los, apesar de haver um esforço concentrado das escolas e da rede como um todo, em atender esses alunos autistas. Percebe-se que há uma contratação muito maior de agentes de educação, que são profissionais qualificados com cursos na área de educação especial e inclusiva para o auxílio dos professores na educação dessas crianças. A sociedade exclui, trata diferente aqueles a quem deveriam tratar iguais. Verifica-se que pela sociedade, os autistas ainda são vistos como pessoas diferentes e por isso, são por vezes excluídos e tratados como doentes mentais. Ela ainda não tem uma definição do que vem a ser um autista. Apesar do TEA ser classificado como uma deficiência mental, muitas a vêem como uma doença, causando mais estigmas e vitimizando ainda mais os acometidos pelo transtorno. Diante disso, a sociedade que desconhece a forma de como tratar uma criança autista, acaba excluindo, nesse contexto é que os pais encontram respaldo na Lei de inclusão a oportunidade da mudança dos novos olhares e consequentemente a quebra dos paradigmas. Atualmente existem diversas instituições que visam habilitar a criança autista ao convívio social e familiar, a exemplo, a AMA que tem como missão de proporcionar à pessoa com autismo uma vida digna com trabalho, saúde, lazer e integração à sociedade; oferecer à família da pessoa com autismo instrumentos para a convivência no lar e em sociedade e promover e incentivar pesquisas sobre o autismo, difundindo o conhecimento acumulado; e o CER. A reabilitação intelectual do CER II Univali é voltado ao Transtorno do Espectro do Autismo, tornando-se referência para o atendimento com pacientes diagnosticados com esta patologia, neste primeiro ano o CER II Univali, já consta com mais de 200 crianças diagnosticadas e em tratamento do Transtorno do Espectro do Autismo. Considerações: Percebe-se a evidente necessidade de maiores investigações acerca do tema, visto que a inclusão de crianças autistas é uma realidade no nosso país. A adequada adaptação vai refletir em todo contexto familiar e social em que a criança está inserida. A inclusão é lei e devemos respeitá-la como tal, mas acima de tudo, é um direito da criança estar inserida num ambiente em que não tenha apenas pessoas com deficiência. Lutar por igualdade, faz parte da vida destes pais desde o diagnóstico da criança, pois são segregados socialmente, nos mais diversos níveis da sociedade. A inclusão muito bem descrita nas leis, as vezes, torna-se um empecilho na vida real, pois quando não há um segundo professor em sala, ou um auxiliar, é muito desgastante ao profissional educador a inserção deste aluno nas demais atividades escolares de cada idade. Essa inclusão é realizada socialmente desde então, como lido nas leis e portarias que regem, vemos a uma necessidade de aprofundar qualitativamente no assunto e ver se o que é pra ser realizado é efetivamente realizado. Acrescenta-se de que espaços como o CER e a AMA corroboram para que tanto os pais quanto as próprias crianças possam interagir da melhor forma possível, tornando viável a aproximação de todos os envolvidos e permitindo que a criança participe integralmente do núcleo familiar e assim, dando suporte e segurança para que o enfrentamento das situações, neste caso a inclusão escolar, seja o menos traumático possível. CONSIDERAÇÕES FINAIS: É necessário que os profissionais envolvidos estejam preparados para atuar efetivamente com ações que permitam o desenvolvimento da criança, da família e até mesmo dos próprios profissionais da área escolar que lidarão com o processo de inclusão efetivamente. Trabalharemos questões diretas relacionadas a inclusão nas salas de aulas, por intermédio da visão de seus pais, ao qual lidam com estas dificuldades diariamente e o que fazem para superá-las. Neste resumo, destacamos a dificuldade de se escrever sobre o tema inclusão e suas propriedades, já que a realidade da inclusão no dia-a-dia, como a inserção deste aluno em sala de aula, devendo tornar-se um motivo de preocupação real no movimento das pesquisas com este tema, evidenciado-se assim, pouca quantidade de escritos sobre o tema. Eixo: Eixo 4 - Controle Social e Participação Popular.

Palavras-chave


trantorno autístico; inclusão educacional; relação familiar.

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