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APRESENTAÇÃO: A mortalidade materna é um indicador de saúde que reflete a qualidade da assistência prestada à mulher durante o ciclo gravídico-puerperal. No entanto, muitos casos não são notificados, o que torna fundamental a sua investigação entre os casos de morte feminina em idade fértil. OBJETIVOS: O objetivo é relatar experiência de inserção de acadêmicos no processo de investigação da mortalidade materna em Caxias do Sul, RS. METODOLOGIA: Acadêmicos de medicina acessaram todos os casos notificados de óbitos de mulheres em idade fértil ocorridos entre 1996 e 2013 em Caxias do Sul, rastreando casos de mortalidade materna no banco de dados já sistematizados do Núcleo da Mulher da Secretaria Municipal de Saúde. RESULTADOS: Foram identificadas 41 mortes maternas, correspondendo a uma razão de mortalidade materna (RMM) de 38,1 casos a cada 100.000 nascidos vivos (NV). Cerca de 61,8% eram por causa obstétrica direta e 38,2% por causas obstétricas indiretas. Os valores da RMM variaram de 16,1 a 101,8 óbitos a cada 1000.000 NV. Houve um predomínio de casos entre mulheres entre 30 e 39 anos (48,8%), sendo que 4,9% tinham menos de 20 anos e 7,3% mais de 40 anos. Em termos comparativos, entre 1993 e 2013, a RMM em Caxias do Sul declinou 6,1%. Quando se avaliaram em separado as causas de óbito materno, verificou-se que as causas indiretas reduziram-se 68,5%, enquanto que as mortes por causas diretas declinaram 5,7%. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Enquanto no Brasil, como um todo, houve queda de 43% da mortalidade materna (1990 a 2013), em Caxias do Sul esta queda se mostrou menor. O predomínio local de causas diretas merece atenção, pois são as mais passíveis de prevenção, sendo isto típico de países não desenvolvidos. A inserção de acadêmicos se mostrou efetiva no processo de investigação do obituário materno demonstrando a importância da informação para o exercício profissional.

Mortalidade materna; Educação médica; Pesquisa.