Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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FATORES QUE DIFICULTAM A ADESÃO DAS MULHERES AO EXAME DE PAPANICOLAOU
Milena Gouvea Theodoro, Gislaine Eiko Kuahara Camiá

Última alteração: 2015-11-23

Resumo


APRESENTAÇÃO: O câncer do colo do útero é caracterizado pela replicação desordenada do epitélio de revestimento do órgão, comprometendo o tecido subjacente e podendo evoluir para uma lesão invasora. O controle é baseado na prevenção, através do exame de Papanicolaou que é o método de rastreamento e detecção precoce(1,2). Mesmo com uma extensa cobertura para sua realização, muitas mulheres relatam nunca terem realizado esse exame, referindo alguns fatores para não adesão, tais como: dificuldades no agendamento, falta de tempo, medo, vergonha, dificuldades financeiras e distância(3). Neste sentido, é importante estabelecer estratégias visando uma boa adesão ao exame. OBJETIVO: Identificar os fatores que dificultam a adesão das mulheres ao exame de Papanicolaou. METODOLOGIA: Survey descritivo/exploratório. A amostra foi constituída por 100 mulheres que estavam na recepção de uma Unidade Básica de Saúde (UBS) do município de São Paulo, sendo utilizado para a coleta de dados, um instrumento específico para atender o objetivo proposto. RESULTADOS: A faixa etária predominante esteve entre 40 a 60 anos (50%), com escolaridade de ensino médio (37%); solteiras (51%) e, em relação à data do último exame de Papanicolaou, 11% das mulheres nunca realizaram o exame, porém 56% o realizaram há três anos e 26% há quatro anos ou mais. Pode-se observar que 4% das mulheres estavam ali para realizar o exame pela primeira vez. Quanto às dificuldades para a sua realização, 63% referiram o agendamento; 58% a falta de tempo; 41% o medo; 28% a vergonha; 23% a dificuldade financeira e por último, à distância (9%). No que se refere ao agendamento, 38% referiram a necessidade de faltar um dia no serviço para agendar e outro para colher o exame, seguido de longas filas (30%). Quanto à falta de tempo, 81% referiram trabalhar todos os dias, dificultando assim a realização do exame na data estipulada pela Unidade Básica de Saúde (UBS). Quanto ao medo, 37% referiram ter medo de sentir dor na coleta, seguido de 32% medo do desconhecido, por nunca terem realizado o exame. CONSIDERAÇÕES FINAIS: É necessário melhorar o acesso aos serviços de saúde; realizar práticas educativas mais efetivas e estratégias que visem maior cobertura do exame de Papanicolaou. Além disso, os profissionais que atuam em UBS, entre eles o enfermeiro, devem informar as mulheres sobre a importância do exame, sua realização e periodicidade adequada, diminuindo suas ansiedades e proporcionando a detecção das lesões precursoras em estágios iniciais da doença, facilitando o tratamento e a adesão.

Palavras-chave


Neoplasias do colo do útero; Cooperação do paciente; Esfregaço vaginal

Referências


1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Controle dos cânceres do colo do útero e da mama / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. 2a. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2013. 124 p.:

2. Brasil. Ministério da Saúde. Instituto Nacional do Câncer. Falando sobre o câncer do colo do útero. Rio de Janeiro (RJ); Ministério da Saúde; 2002.

3. Brasil. Ministério da Saúde. Instituto Nacional do Câncer. Ações de enfermagem para o controle do câncer: uma proposta de integração ensino-serviço. 3ªed. INCA, 2008. p. 139-228.