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APRESENTAÇÃO: O processo de trabalho na construção civil oferece diversos riscos à saúde. Dentre os casos de morbimortalidade destacam-se as quedas como principal agente de mortes e as lesões cutâneas como principal fator causador de morbidades. Objetivando a redução da morbimortalidade e as melhores condições de trabalho dos operários da construção civil de um Município situado no Nordeste do Rio Grande do Sul (RS), o Centro de Referência em Saúde do Trabalhador e a Vigilância em Saúde do respectivo município em parceria com várias instituições públicas e civis, desenvolveram em 2012 e 2013 estratégias educativas intersetoriais em relação à proteção à saúde e prevenção de agravos. METODOLOGIA: As estratégias foram compostas por: rodas de conversa (459 trabalhadores atingidos); construção de material pedagógico para ser utilizado no desenvolvimento das ações educativas; desenvolvimento de audiências, as quais identificaram inadequações e propuseram melhorias na segurança, saúde e demais aspectos do trabalho e desenvolvimento de palestras temáticas a partir de necessidades apontadas localmente. RESULTADOS: Os resultados obtidos foram: construção de material pedagógico padronizado para ser executado em todas as ações educativas; cumprimento da legislação, uma vez que a Constituição Federal determina que o trabalhador tem direito a proteção de sua saúde, integridade física e moral e segurança na execução de suas atividades; redução dos riscos ocupacionais e redução da incidência de agravos à saúde; integração entre as ações de saúde, higiene e segurança; redução dos índices de mortalidade, uma vez que em 2011 foram notificados 10 casos, em 2012 reduziu-se para sete e, no primeiro semestre de 2013, não houve registro de mortes; redução nos índices de acidentes de trabalho nos canteiros de obras da construção civil; redução do índice de absenteísmo, pela redução de agravos/acidentes à saúde; ganhos de produtividade; e redução de passivos trabalhistas. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A prática educativa é uma potente ferramenta que pode impactar na redução da morbimortalidade dos trabalhadores principalmente quando se organizam de forma intersetorial. Nesse sentido, torna-se indispensável transformar as atividades educativas em programas permanentes como parte da rede de cuidado à saúde do trabalhador da construção civil.