Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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TERRITORIALIZANDO A PESSOA PRIVADA DE LIBERDADE: CONSTRUINDO UM GRUPO DE ENCONTRO DE TRABALHO COMO ESTRATÉGIA PARA A PROMOÇÃO DA SAÚDE
Larissa Ellen Pereira dos Santos., Anderson Kevin De Araújo Serafim, Adrine Louise de Lima, Geyziane de Souza Medeiros, Natasha Felipe da Silva, Marconi Edson Lira de Amorim, Dailton Alencar Lucas de Lacerda

Última alteração: 2015-12-02

Resumo


APRESENTAÇÃO: A territorialização em saúde é uma estratégia para identificar sujeitos e cenários considerando aspectos geofísicos, humanos, socioculturais e econômicos para planejamento inicial de ações ou intervenções de práticas sanitárias. É uma ferramenta importante utilizada pelas Redes de Atenção em Saúde do Sistema Único de Saúde. O Programa Mais Saúde na Comunidade é uma atividade de extensão da Universidade Federal da Paraíba que desenvolve diversas ações em territórios periféricos, onde a população ou grupos populacionais estão em situação de vulnerabilidade social e de saúde. Dentre as suas diversas atividades está o desenvolvimento de práticas de saúde no Sistema Penitenciário do Estado da Paraíba (SPEP). Neste sentido a proposta de construção de um grupo de encontro de trabalho (GRT), a partir de discussões realizadas no Programa Mais Saúde na Comunidade, utilizando os princípios da Ergologia, inicia-se com a territorialização no SPEP, para propor ações de intervenção em saúde do trabalhador nesse Sistema. O objetivo deste trabalho é relatar a experiência de territorialização realizada no SPEP, para a construção de um GRT com a pessoa privada de liberdade. O sistema carcerário aponta para diversas situações que favorecem o adoecimento dos sujeitos submetidos a este regime. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: Para planejar uma estratégia que possa amenizar os problemas de saúde enfrentados por este público foi feita uma territorialização em diversas unidades do SPEP. As visitas aconteceram às sextas feiras no horário vespertino. A primeira visita foi realizada na cidade de Sapé, zona da mata paraibana que possui um presídio reconhecido como paradigma em ressocialização. Nesta unidade foram constatadas diversas condições favoráveis a ressocialização como: aulas de xadrez, de música e biblioteca. A segunda visita foi realizada na penitenciária de segurança média Hitler Cantalice, localizada em João Pessoa, no bairro de mangabeira, que comporta apenados do sistema semiaberto e aberto que trabalham através de convênios em vários locais e órgãos do município de João Pessoa. No mesmo dia foi visitado o Julia Maranhão, a única penitenciária feminina da cidade. Esta possui uma ala direcionada para gestantes e lactantes, onde recebem uma assistência garantida pela LEP. A visita seguinte foi no presídio Geraldo Beltrão, presídio de segurança máxima, que possui salas de aula, cursos profissionalizantes, fabricação de tijolos e criação de animais. A última vivência ocorreu na Companhia Estadual de Habitação Popular (CEHAP), um convênio que possuem apenados em progressão de pena através do trabalho.   RESULTADOS/IMPACTOS: As vivências proporcionaram uma reflexão crítica sobre o sistema carcerário, além da experiência da LEP em prática, proporcionando a formulação de ações do GRT junto a presídios e convênios de trabalhos. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A partir da visão dos próprios presidiários os estudantes perceberam a importância das oportunidades de trabalho dentro e fora do cárcere, confrontando a realidade da classe marginalizada em ressocialização.        

Palavras-chave


Territorialização, Sistema Penitenciário, Grupo de Encontro de Trabalho (GRT)