Tamanho da fonte: 

INTRODUÇÃO: Medellín, a capital do estado de Antioquia, localiza-se no noroeste da Colômbia numa região chamada de Valle de Aburrá, que agrupa mais nove municípios com uma população conjunta de três milhões e meio de habitantes. Os esforços liderados por Medellín têm enfrentado a problemática da violência com um investimento per capita em justiça e segurança três vezes maior que o de outras capitais do país. Procurando melhores resultados nesse campo, no ano 2007, os dez prefeitos dos municípios do Valle de Aburrá assinam a Política Pública de promoção da convivência e prevenção da violência (2007-2015) desde a perspectiva da saúde pública. Nesse contexto se desenvolve uma pesquisa avaliativa que tem por propósito conhecer os efeitos e processos decorrentes nesta política. O objetivo deste trabalho é apresentar o resultado parcial da pesquisa avaliativa, consistindo na descrição das redes de atores na prevenção da violência no Valle de Aburrá. MÉTODO: Utilizou-se o método de Análise de Redes Sociais para conhecer os atores centrais, atores ponte ou intermediários e atores próximos, permitindo inferir sobre as dinâmicas de comunicação e interação ao interior das redes e o processo de tomada de decisões sobre a política pública nos eixos temáticos de segurança, prevenção da violência e promoção da convivência. Foram realizadas entrevistas com os atores envolvidos dos 10 municípios, em relação a essa temática, com uma amostra não representativa de 157 atores, perguntado a cada um deles quais as relações que tinham com outros atores naquele momento (anos 2014 e 2015). A análise descritiva dos dados foi feita com o software Ucinet 6.0 e, posteriormente, as redes de atores foram representadas graficamente com o software Netdraw 2.0. Com esses procedimentos, foi possível estabelecer as seguintes medidas descritivas: centralidade, densidade, centralização, intermediação e proximidade. RESULTADOS: No Valle de Aburrá os atores que dizem se relacionar mais com outros nas temáticas escolhidas são as Juntas de Ação Comunal (JAC) e Juntas Administradoras Locais (JAL) (57,3%), prefeituras (25,6%), organizações e coletivos sócias (12%) e ONG´s (10,3%). De outro lado, os atores que são enunciados em maior grau por outros atore que são as prefeituras (34,6%), JAC e JAL (21,2%), Polícia Nacional (16,1%) e organizações e coletivos sócias (12,6%). As redes de atores são pouco densas, com uma média de 3,64%, isto quer dizer que as redes não estão muito conectadas e mantém uma estrutura centralizada. Os atores intermediários tão pouco são muitos, atingindo um 3,54%. Embora, essas redes constituam uma só por município, ou seja, não se apresentaram em nenhuma delas atores isolados ou opositores. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os principais atores envolvidos nas redes de prevenção da violência e promoção da convivência são atores estatais, isto apesar do avanço do modelo neoliberal na administração pública e terceirização dos serviços sociais e de saúde experimentado pelo país. Observa-se também que as JAC e as JAL têm grande importância nessas temáticas, constituindo uma força da sociedade civil na tomada de decisões dessa política pública.

Redes Sociais, violência, convivência, política pública