Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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OS ESTIGMAS E A DISCRIMINAÇÃO SOCIAL E OS PORTADORES DO VÍRUS HIV A PARTIR DO FILME “THE NORMAL HEART”
Kassandhra Pereira Zolin, Silvia Furtado de Oliveira, Margarete Knoch Mendonça, Patricia Duarte da Silva

Última alteração: 2015-10-31

Resumo


APRESENTAÇÃO: O filme The normal heart foi desenvolvido sob a direção de Ryan Murphy e a produção de Brad Pitt, Ryan Murphy e Scott Ferguson, do ano de 2014. O cenário é o início da epidemia da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) na década de 1980, na cidade de Nova York, Estados Unidos. O drama aborda o dia a dia do escritor Ned Weeks (Mark Ruffalo), um ativista incansável e membro da associação para a saúde gay que, juntamente com a médica Emma Brookner (Julia Roberts), inicia uma luta para expor a dimensão da epidemia para a sociedade e comunidade científica, que se mostram indiferentes diante dos fatos. Apesar da incidência crescente da AIDS na população os estigmas e as questões morais de uma sociedade conservadora, foram os entraves para a descoberta das causas e os meios de prevenção, bem como os investimentos necessários para as pesquisas sobre o tratamento da doença. O objetivo deste relato de experiência é descrever a utilização do filme como uma estratégia de ensino e aprendizagem para despertar o interesse e a discussão acerca dos estigmas, a discriminação e a organização dos grupos como forma de resistência e de enfrentamento das dificuldades sociais vivenciados pelos portadores de HIV/AIDS. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: Os acadêmicos de graduação em enfermagem da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e integrantes da Liga Acadêmica de Doenças Infecto Parasitárias – LADIPE assistiram ao filme e, em seguida, realizaram uma discussão acerca de temas como exposição, risco, vulnerabilidade, medidas de prevenção, apoio do grupo, discriminação e os enfrentamentos. IMPACTOS: Para os alunos assistir o filme foi uma experiência significativa para a formação como profissionais de saúde, pois conhecer a história do início da AIDS, na década de 1980, contribuiu para entender como a doença interferiu na vida das pessoas, principalmente quanto à intimidade e afetividade. A partir daí, se compreende melhor as características da primeira fase da epidemia e os termos grupos de risco, comportamento de risco, o estigma da doença e os julgamentos de determinados comportamentos, gerando isolamento, medo e negação da doença. O filme também nos apresentou exemplos de união, solidariedade, coragem e ousadia da comunidade gay frente à epidemia, deixando como mensagem principal que não se pode desistir, o que talvez explique como AIDS recebeu tanta atenção na mídia em âmbito internacional, fazendo com que em um período relativamente curto de 35 anos (1980- 2015) fosse descoberto o agente etiológico, o diagnóstico laboratorial e a terapia antiretroviral, ao contrário de outras doenças infecciosas que estão à margem do centro tecnológico e industrial, e se tornaram doenças negligenciadas. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A utilização de filmes como ferramenta didática é como um “preparo - vivência”  para a vida profissional. Conhecer a história o início da doença e a realidade vivenciada servem de referência para compreender o medo que a sociedade até hoje tem da doença e assim conseguir acolher de modo mais humanizada esse paciente fragilizado com sua real condição de saúde e também apoiar formas de organização e mobilização da sociedade.

Palavras-chave


enfermagem; HIV/AIDS; ferramenta didática