Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

Tamanho da fonte: 
Capacitações sobre os riscos da automedicação: Relato de experiência
Suzana Aparecida Lara de Andrade, Layla de Medeiros Chedid, John Lenon Ribeiro, Emanuélle Sanches Bueno Veronesi, Marilis Dallarmi Miguel, Josiane de Fátima Gaspari Dias, Fabio Augusto Becker

Última alteração: 2015-10-27

Resumo


A automedicação é uma prática bastante difundida e as razões pelas quais as pessoas se automedicam são as mais diversas, desde cultural até influência de marketing. O uso irracional de medicamentos pode acarretar o agravamento de uma doença, uma vez que a utilização inadequada pode mascarar determinados sintomas ou até mesmo piorar o estado de saúde. Recentemente, providências foram tomadas pela ANVISA e Conselho Federal de Farmácia contra a automedicação como campanhas do uso racional de medicamentos e retenção de receita de antibióticos. No entanto, as pessoas continuam a utilizar outras classes de medicamentos, como os anti-inflamatórios, que também são perigosos se administrados indiscriminadamente, por serem medicamentos hepatotóxicos, podem causar intoxicação aguda e crônica se ingeridos em altas dosagens, além de causar outras consequências ao organismo. Este problema se agrava, porque a maioria destes medicamentos é isento de prescrição médica, facilitando o uso indiscriminado pelas pessoas. Observa-se que nas unidades de saúde a automedicação pelos profissionais se torna mais comum, devido à facilidade de acesso ao medicamento, gerando o uso irracional. E como não há maneiras de acabar totalmente com a automedicação, existe meio para minimizá-la como, por exemplo, programas de orientação e capacitação para profissionais de saúde e população em geral, além de estímulos à fiscalização apropriada. Frente ao exposto, tem-se por objetivo relatar a experiência de capacitações sobre os riscos da automedicação realizada pelos farmacêuticos residentes da Residência Multiprofissional em Saúde da Família da Universidade Federal do Paraná (UFPR) nas Unidades Estratégia Saúde da Família Guaraituba, Fátima, Liberdade e Moinho Velho, na cidade de Colombo, Paraná. Foram realizadas capacitações, nos anos 2014 e 2015, nas unidades estratégia saúde da família Guaraituba, Fátima, Liberdade e Moinho Velho sobre os riscos da automedicação. As capacitações foram administradas nas reuniões de equipe de cada unidade, onde todos os profissionais, desde agentes comunitários de saúde até a coordenação participaram ativamente com dúvidas e experiências. As capacitações foram realizadas através de material expositivo com informações técnicas até casos vinculados pela imprensa. Os temas abordados foram definição de automedicação, dados atualizados de intoxicação e mortes por medicamentos no país, causas da automedicação, os riscos e os medicamentos mais utilizados nessa prática, como por exemplo, os principais anti-inflamatórios, colírios e descongestionantes nasais entre outros medicamentos, explicando a indicação e as consequências de cada um. Verificou-se o interesse dos profissionais e usuários no tema da capacitação, onde a automedicação é uma prática comum nas unidades de saúde. Observou-se que houve uma diminuição da prática da utilização inadequada dos medicamentos, além dos participantes buscarem maiores informações e sugestões junto aos farmacêuticos residentes, após a oficina. Assim, conclui-se que capacitações são fundamentais para que haja o empoderamento especialmente com disseminadores de informações como os profissionais de saúde, que lidam diariamente com a saúde da população e um tema tão relevante como “os riscos da automedicação” é essencial para saúde populacional. 

Palavras-chave


Educação em Saúde; Residências; Educação Interprofissional