Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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PRÓPET/Saúde Mental: integrando ensino-aprendizagem
Samira Raquel de Farias Wackernagel, Henrique César Bischoff, Carla Regina Cumiotto

Última alteração: 2015-10-23

Resumo


APRESENTAÇÃO: A Saúde Mental permeia as diversas áreas da saúde, embora seja pouco abordada. Está presente no cotidiano dos profissionais, independentemente das especialidades, e comumente aparece como queixa nos serviços de saúde, nos diferentes níveis de atenção. Por consequência, muitos profissionais da saúde sentem-se desconfortáveis em acolher estas demandas, por considerarem despreparados para lidar com o sofrimento dos usuários. Para mudar esta realidade, propondo a aproximação entre a academia e os serviços de saúde, o programa PRÓPET pretende que já desde o início da graduação da área da saúde, a formação dos acadêmicos tenha caráter crítico-reflexivo. Considera-se que para a constituição de sujeitos que resultem na transformação social é necessário que se reorganizem as práticas de saúde, com base nos princípios e diretrizes do SUS. O objetivo deste trabalho foi relatar a experiência de um acadêmico em um serviço de Saúde Mental da infância e juventude, no programa PRÓPET. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: O acadêmico do 2º semestre do curso de Medicina buscou formas alternativas de conhecimento e experiência, aderindo ao programa PRÓPET, linha Saúde Mental. Participou das reuniões e em seguida ingressou no cenário de prática, o CAPS Infanto-Juvenil (CAPSi) de Blumenau. Nesta linha do programa, baseada pela ética psicanalítica, iniciou o atendimento semanal, conjunto com fonoaudióloga, sua preceptora, a usuário com diagnóstico de autismo e familiar. Participou ainda das reuniões, com discussões de casos e temas pertinentes com a supervisão e orientação da tutora, psicóloga psicanalítica; bem como das apresentações dos “cases” com participantes das demais linhas do programa. RESULTADOS: A inserção no campo de atuação CAPSi possibilitou contato do acadêmico com usuários, profissionais de saúde e gestores, aproximando os conteúdos da sala de aula à prática do cuidado em Saúde Mental. Assim, o conhecimento teórico passou a fazer mais sentido, consolidando os conteúdos trabalhados por um modelo ensino-aprendizagem que expôs o acadêmico para além da zona de conforto, instigando sua mudança, como agente ativo neste processo. Favoreceu o contato do acadêmico com usuários da Saúde Mental, com sofrimento psíquico como o autismo, e sua participação no trabalho em equipe já no início de sua graduação, preparando-o diante do futuro usuário e do serviço de saúde. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O início precoce das atividades do aluno no CAPSi fez com que a teoria e a prática se aproximassem pelo contato do acadêmico com usuários com sofrimento psíquico na infância e adolescência, contribuindo para a compreensão de seu sofrimento e de suas famílias, pela ética psicanalítica, e integrando o ensino com a aprendizagem. É incontestável o fato da experiência do PRÓPET/Saúde Mental facilitar a aprendizagem ativa do acadêmico, orientando-o durante os trabalhos interdisciplinares e provocando uma correlação da teoria com a prática. Cada vez mais o trabalho em conjunto, interdisciplinar, e os conhecimentos vivenciados em cenários se tornam necessários para enfrentar as complexas necessidades de saúde das comunidades. O conhecimento e a prática, bem como a participação em políticas públicas se tornam competências imprescindíveis ao desempenho dos profissionais da saúde mesmo quando em formação.  

Palavras-chave


Saúde Mental; Ensino; Aprendizagem

Referências


Almeida, M. M. et al. Da Teoria à Prática da Interdisciplinaridade: a Experiência do Pró-Saúde Unifor e Seus Nove Cursos de Graduação. Revista Brasileira de Educação Médica. nº 36 (Supl. 1), p. 119-126, 2012.

Silva, Rinaldo Henrique Aguilar da; Miguel, Soraida Sozzi; Teixeira, Luciana Scapin. Problematização como método ativo de ensino–aprendizagem: estudantes de Farmácia em cenários de prática. Trab. Educ. Saúde, Rio de Janeiro, v. 9 n. 1, p. 77-93,mar./jun.2011