Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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avaliação do programa de humanização no pré-natal e nascimento (PHPN) no estado de minas gerais: 2000 a 2010
FRANK JOSE SILVEIRA MIRANDA, Antonieta Keiko Kakuda Shimo

Última alteração: 2015-12-06

Resumo


INTRODUÇÃO: O Ministério da Saúde preconiza em suas diretrizes gerais que a atenção obstétrica deve ter como características primordiais a qualidade e a humanização no atendimento. Com a intenção de validar estas ações foi instituída a Política de Humanização do Pré-natal, Parto e Puerpério junto à utilização da ferramenta do Sistema de Acompanhamento do Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento (SISPRENATAL). OBJETIVOS: Avaliar e comparar a qualidade da assistência pré-natal entre as Gerências Regionais de Saúde (GRS) no Estado de Minas Gerais a partir da implantação do Programa de Humanização do Pré-natal e Nascimento (PHPN), no período de 01 de agosto de 2000 a 31 de julho de 2010. MÉTODOS: Trata-se de um estudo transversal de abordagem quantitativa a partir da base de dados secundários que viabilizou a comparação entre as 28 GRS no Estado de Minas Gerais. Resultados: Os dados registraram que 11 GRS não conseguiram implantar o SISPRENATAL em todos os municípios de sua área de abrangência. No que tange ao percentual de gestantes inscritas que realizaram a primeira consulta em relação ao número de nascidos vivos, a GRS de Unaí apresentou o maior percentual de perdas na captação de gestantes. Quanto às gestantes cadastradas no sistema após 120 dias da data da última menstruação, a GRS de Juiz de Fora apresentou 20% das gestantes inscritas fora do período, enquanto a GRS de Leopoldina apresentou a menor média. Quanto ao percentual de gestantes que não realizou no mínimo as seis consultas de pré-natal, a GRS de Patos de Minas deixou de acompanhar 83% destas gestantes inscritas, enquanto que a GRS de Teófilo Otoni apresentou a menor média deste indicador. A respeito das seis consultas de pré-natal e de todos os exames básicos, as GRS de Juiz de Fora e Patos de Minas apresentaram dados idênticos para a não realização deste indicador em 91% de gestantes inscritas. Em relação ao indicador de no mínimo de 6 (seis) consultas de pré-natal, a consulta de puerpério e todos os exames básicos, as GRS de Juiz de Fora e Patos de Minas não realizaram as atividades em 97% das gestantes inscritas. Quanto ao indicador das gestantes que receberam a segunda (2ª) dose ou a dose reforço ou a dose imunizante da vacina antitetânica, a GRS de Juiz de Fora imunizou 66% das gestantes inscritas. Considerando o indicador de no mínimo de 6 (seis) consultas de pré-natal, a consulta de puerpério, todos os exames básicos e a 2ª dose ou dose reforço ou a dose imunizante da vacina antitetânica, verificou-se que a GRS de Teófilo Otoni não logrou realizar todos os procedimentos em 98% das gestantes inscritas. Quanto ao indicador de no mínimo de 6 (seis) consultas de pré-natal, a consulta de puerpério, todos os exames básicos, o teste anti-HIV e a 2ª dose ou dose reforço ou a dose imunizante da vacina antitetânica, a GRS de Juiz de Fora deixou de realizar todos os procedimentos em 98% das gestantes inscritas. Em relação ao teste anti-HIV durante a gravidez, a GRS de Teófilo Otoni apresentou a maior média de realização do exame, 63%. As maiores médias de não realização do exame anti-HIV em gestantes estão localizadas nas regiões Centrais, Triângulo, Zona da Mata, Rio Doce, Norte e Sul do Estado. O indicador que considera a realização dos dois exames VDRL no período gestacional apresentou o maior índice de não realização na GRS de Uberlândia 89%, sendo a menor média identificada na GRS de Governador Valadares. Conclusão: Após uma década de implantação do SISPRENATAL a ferramenta apresenta baixo impacto quando considerado o seu aspecto assistencial, pois o cumprimento de metas e propostas mostrou-se aquém dos números desejados. A partir dos resultados foi possível verificar a necessidade de uma estruturação do pré-natal em todo o Estado de Minas Gerais no que se refere à ferramenta SISPRENATAL, objetivando a melhora de seus indicadores.

Palavras-chave


Cuidado pré-natal. Saúde da Mulher. Serviços de Saúde comunitária. Gravidez.

Referências


ALMEIDA, S. D. M.; BARROS, M. B. A. Eqüidade e atenção à saude da gestante em Campinas (SP) Brasil. Revista Pan-americana de Saúde Pública, Washington ,DC, v. 17, n. 1, p. 15-25, jan. 2005.

BARBOSA, M. A. Avaliação da assistência pré-natal de baixo risco no município de Francisco Morato. 2007. 111f. Dissertação (Mestrado em Enfermagem) - Centro de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão, Universidade Guarulhos, Guarulhos, 2007.

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