Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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O VER-SUS/São Paulo e a participação cidadã: construindo itinerários populares e democráticos para o sistema de saúde
Carolina da Silva Buno, Allan Gomes de Lorena, Beatriz Cabral Vasconcellos Vinhas

Última alteração: 2015-10-22

Resumo


O projeto Vivências e Estágios da Realidade do Sistema Único de Saúde (VER-SUS) do Ministério da Saúde (MS) em parceria com Associação Brasileira Rede Unida foi reativado em 2011. Têm como pressuposto estimular a formação de trabalhadores/as para o Sistema Único de Saúde (SUS). No Estado de São Paulo (ESP), o projeto foi retomado em 2012, porém consolida-se no ano de 2014 com a mobilização e formação de uma Comissão de Estudantes, de diversas Universidades e Graduações, pensando em construir as vivências e estágios no SUS sob o ponto de vista da Educação Permanente em Saúde (EPS), Interdisciplinaridade, Redes de Atenção à Saúde e Conhecimento Vivo do Território. Durante as construções do VER-SUS São Paulo, tivemos diversas experiências nas formulações e planejamentos das vivências. Cada experimentação, imersão, e vivência são pensadas de forma que converse com os territórios, considerando singularidades, especificidades, e complexidades. Sendo estas, remodeladas, com os grupos de viventes, facilitadores e sujeitos implicados neste processo. Nessas experiências sempre tivemos as gestões municipais como atores valiosos e engajados com as vivencias. Contudo, atravessados pela profunda reflexão e avaliação do VER-SUS Paulista, tornou-se necessário repensar esta prática a partir de uma nova perspectiva. Numa retomada a origem do próprio projeto, nos anos 2000 pelo movimento estudantil em parceria com uma Assessoria do Ministério que cuidava das questões nacionais dos estudantes. E dos princípios norteadores do SUS. Vamos além, estamos sensibilizados com a necessidade de estarmos nos territórios e nos serviços de saúde, mas, trazer para a produção destes encontros a população e lideranças locais. Diante deste contexto de inovação, organizamos uma formação política no  Inverno de 2015, na Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF) do Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST), em Guararema, e uma vivência na favela de Heliópolis em São Paulo que conta com uma forte história de lutas sociais na área da saúde, educação, cidadania, meio ambiente, entre outros.  A proposta de uma vivência-formação-política no MST constitui de um novo modelo de vivência dentro do VER-SUS Brasil, uma vez que uniu o cotidiano da escola e a formação popular e política, despertando o senso crítico e colocando em xeque pautas transversais e de interesse à saúde. Já as vivências de Heliópolis seguiram o modelo já previsto em experiências anteriores, porém seu diferencial se dá nas articulações entre gestão, lideranças populares e na experimentação do território e de seus movimentos, para além dos espaços institucionais. Heliópolis vem para contar e reafirmar que o SUS é do povo, estes, participes fundamentais na construção do sistema de saúde. O VER-SUS como um dispositivo de aprendizado, sempre próximo da realidade e das necessidades sociais em saúde tem a potência de ser disparador para a discussão das redes de atenção à saúde e da potência da participação cidadã como eixo central para a consolidação do SUS.          

Palavras-chave


VERSUS, Educação em Saúde, Participação Popular