Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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Oficina de Linguagens para Trabalhadoras(es) do Ministério da Saúde (MS)
Julimar de Fátima Barros e Barros

Última alteração: 2015-11-12

Resumo


No dia 29 de maio de 2015, ocorreu no Parque Nacional de Brasília (Parque Água Mineral) um encontro de trabalhadoras e trabalhadores do Ministério da Saúde (MS) cuja proposta foi provocar a reflexão conjunta entre trabalhadoras e trabalhadores do MS, provocando um processo de investigação crítica referente às estratégias cotidianas de comunicação utilizadas na ação profissional em gestão, educação e trabalho no SUS. Além de construir um espaço de cuidado e relaxamento para os participantes, a oficina teve a pretensão de facilitar a construção de novas linguagens, tanto nas ações cotidianas individuais, quanto nas coletivas. Este encontro reuniu uma média de 25 pessoas de diferentes secretarias, departamentos e objetos, que tinham/têm como pauta fundamental o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS). A ideia deste encontro surgiu em uma reunião entre o Núcleo de Educação do Departamento de DST, AIDS e Hepatites Virais (DDAHV) e a equipe de Educação Popular do Departamento de Apoio à Gestão Estratégica (DAGEP). Nesta época o núcleo de educação do DDAHV estava buscando algumas áreas do MS para conseguir refletir e reorientar suas ações no que tange as políticas de Educação Popular em Saúde, Educação Permanente e Humanização. Como uma ação para contribuir nesse processo de reorientação a equipe de Educação Popular sugeriu a construção de uma Oficina de Linguagens. No processo de construção da mesma, outros atores e áreas (Política Nacional de Humanização/PNH, Coordenação de Desenvolvimento de Pessoas/CODEP, etc.) foram sendo incorporados na sua confecção, de modo que se tornou algo de um coletivo de trabalhadoras (es) que atuaram de forma colaborativa, sendo descaracterizado de uma área específica. O encontro durou oito horas, de modo que seu roteiro foi divido em alguns momentos: (1) Momento Inicial: acolhimento, integração, prática de cuidado, relaxamento e contato com o espaço; (2) Atividade de concentração utilizando a linguagem de símbolos, com enfoque para o sentido da visão; (3) Apresentação e discussão sobre um vídeo produzido com algumas ações realizadas pelo MS (I Mostra Nacional de Educação Permanente em Saúde, IV Mostra Nacional da Atenção Básica, propaganda da Caixa Econômica Federal que aborda o direito da população negra, trecho do filme “Tempos Modernos” (Charlie Chaplin, 1936), o vídeo “Caixa de Afecções”. O vídeo teve o intuito de despertar o debate sobre o trabalho e as linguagens que utilizamos (4) Reflexão crítica sobre o cotidiano do trabalho. (5) Após o almoço, realizamos mais uma atividade de concentração e integração (Epoetata). (6) Trabalho nos subgrupos sob os motes: Quais linguagens se utilizam no cotidiano do nosso trabalho no SUS? Quais linguagens não utilizaram no cotidiano do nosso trabalho no SUS? O que é possível construir (individual ou coletivamente)? (7) Apresentação dos subgrupos. (8) Síntese coletiva. (9) Avaliação e encerramento. Como fruto do debate e síntese do grupo, pode-se citar como encaminhamentos: a construção da Conferência Livre de Trabalhadoras (es) do MS; elaboração de um documento livre sobre a oficina de linguagens para ampla divulgação; promoção de intervenções no cotidiano do trabalho (individual e coletivamente); criação de um ambiente na Comunidade de Práticas para manter o grupo ativo; dentre outras. Assim, a Oficina de Linguagens possibilitou vivenciar, refletir, debater e propor ações que contemplassem as diversas linguagens possíveis de se utilizar nas práticas de trabalho no cotidiano do MS provocando mudanças no processo de trabalho de forma individual e coletiva, além de possibilitar outros espaços de encontro para debate político e do cotidiano de trabalho dos trabalhadoras (es).