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Exigências requeridas à atuação do gestor em saúde no cenário do trabalho contemporâneo: uma revisão integrativa
Última alteração: 2015-10-30
Resumo
APRESENTAÇÃO: A organização do trabalho em saúde tem demandado de seus gestores um elevado nível de exigência para dar conta da atuação profissional requerida ao exercício da função, que muitas vezes remetem o trabalhador a um estado de intenso sofrimento. Nesse contexto, o gestor em saúde deve não apenas gerenciar os processos de trabalho de modo eficiente, como também engajar sua equipe de trabalho para mobilização diante das demandas do serviço, as quais na maioria das vezes não se limitam ao trabalho prescrito. Em meio a tais ditames, cabe ao gestor lançar mão de uma série de padrões de comportamento e atitudes indispensáveis para obter um bom desempenho no trabalho e manter-se no cargo com o nível de atuação profissional requerido. Assim, tem-se o objetivo de identificar as exigências requeridas à atuação do gestor em saúde no cenário do trabalho contemporâneo. Desenvolvimento do Trabalho: Utilizou-se o método de revisão integrativa, cuja busca foi realizada nas bases de dados LILACS, BDENF, IBECS e SciELO, utilizando o descritor “gestor de saúde” combinado aos descritores “competências profissionais” ou “prática profissional” ou “papel profissional”. Adotaram-se como critérios de inclusão: artigos publicados nos últimos dez anos, em periódicos nacionais e internacionais, indexados nas bases de dados selecionadas, que abordassem a atuação do gestor em saúde. RESULTADOS: Localizaram-se inicialmente 28 artigos, dos quais 22 não respondiam ao objetivo do estudo, sendo a amostra final constituída por 6 artigos. A análise temática possibilitou identificar que as novas tendências de gerenciamento requerem o desenvolvimento de competências, práticas e funções que atendam as necessidades do mercado, e extrapolam o trabalho prescrito para esta função. Os gestores precisam estar preparados para lidar com as evoluções tecnológicas e as novas tendências de gestão de pessoas, bem como a horizontalização dos processos de gerenciamento. A atuação profissional destes profissionais deve ultrapassar a visão simplista, buscando relações complexas que entrelacem as políticas públicas de saúde com as exigências da contemporaneidade relacionadas ao gerenciamento do cuidado, e que impetram a construção de vínculos com a comunidade e com a equipe de trabalhadores, ao mesmo tempo em que é necessário responder às demandas, ritmos e cadências impostos pela organização do trabalho. CONSIDERAÇÕES FINAIS: As exigências requeridas à atuação do gestor em saúde demandam agilidade, abertura a mudanças em curto prazo, assunção de riscos e autonomia na dependência de procedimentos formais, embora nem sempre disponham de grau de autonomia para desempenhar sua função. Como consequência, as características atreladas a este contexto podem fomentar a intensificação dos ritmos de trabalho e a aceleração na (des) qualificação e (re) qualificação do trabalhador para dar conta dos altos níveis de exigência. Afetam estes profissionais que se vêm numa posição conhecida como “sanduíche”, pois são incumbidos a garantir a harmonia entre as demandas dos diversos atores envolvidos em seu trabalho, expondo-o ao sofrimento e a inúmeras cargas psíquicas. Refletir esta questão é importante, pois pode possibilitar o desenvolvimento de ações transformadoras na gestão do trabalho, possibilitando melhorias à saúde deste trabalhador.