Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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UM ESTUDO SOBRE AS POSSIBILIDADES DE ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO DA SAÚDE: UMA ÁREA EM EXPANSÃO
Maicon Douglas da Silva, Rony Mauricio Benvenutti, Elenita Sureke Abilio

Última alteração: 2016-01-06

Resumo


APRESENTAÇÃO: O presente trabalho trata-se de uma pesquisa bibliográfica e objetiva destacar a importância do profissional psicólogo nas diversas áreas de atuação no âmbito da saúde, sua revisão histórica remetendo os principais enfoques de políticas públicas e desenvolvimento da disciplina na área. A profissão do psicólogo tem se destacado na área de saúde e há um investimento para sua expansão na área de políticas públicas. A psicologia em saúde tem sua origem na década de 50, e trabalhava seguindo o modelo biomédico, este que, por ser de cunho fisiológico e totalmente orgânico, delimitava sua intervenção ao paciente. Posteriormente, o enfoque da psicologia voltou-se as necessidades do ser humano em sua totalidade em um novo modelo: modelo biopsicossocial. Fazemos uma abrangência ao conhecimento da profissão em paralelo aos desafios que a mesma trás consigo, para efetivamente desmistificar conceitos populares a supervalorização da clínica individual para uma atuação no coletivo.  DESENVOLVIMENTO: Toda terminologia retratando os termos da saúde, remetem subjetivamente a instituição hospitalar, a cultura expressa no âmbito nacional recorre intrinsecamente a este devido ao histórico social desta instituição e a figura social impressa no termo, sofrendo algumas alterações em seu sentido de acordo com a cronologia do tempo, no entanto prevalece como base a saúde. Colégio Oficial de Psicólogos da Espanha (COP, 2003) conceitua como disciplina ou o campo de especialização da Psicologia que aplica seus princípios, técnicas e conhecimentos científicos para avaliar, diagnosticar, tratar, modificar e prevenir os problemas físicos, mentais ou qualquer relevante de processos de saúde e doença. Sendo realizado em contextos diversos, como hospitais, Unidade Básica de Saúde, organizações não governamentais e nos próprios lares, alcançando as pessoas que não procuram o acesso à saúde. Porém, existe um desafio maior para a instalação efetiva deste modelo biopsicossocial, pois, notoriamente é percebida a busca popular nas instituições da saúde apenas quando existe a instalação de sintomas ou doenças, os programas de prevenção não têm a abrangência mínima se comparado à busca devido a sintomas, e neste encaminhamento seguem os projetos governamentais. Publicando a portaria n° 342, de 4 de março de 2013 redefiniu as diretrizes para implantação e atuação das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), para compor uma intermediação entre a atenção primaria e a terciária, elencando a priori dos investimentos em setores que atendem a instalação dos sintomas, justificando a existência do termo Psicologia da Saúde Hospitalar, a cultura investe seus termos dentro destas atuações, e a Psicologia segue estes parâmetros. Psicologia no Hospital O Conselho Federal de Psicologia determina que o especialista em Psicologia Hospitalar atue com enfoque nos âmbitos secundário e terciário de atenção na saúde, realizando sua atuação em instituições de saúde, atendimento psicoterapêutico individual ou grupal, grupos de psicoprofilaxia, atendimentos em ambulatório e unidade de terapia intensiva, pronto atendimento, enfermarias em geral, psicomotricidade no contexto hospitalar, avaliação diagnóstica, psicodiagnóstico, consultoria e interconsultoria (CFP, 2003). O psicólogo hospitalar caracteriza-se como o profissional que sintetiza esses conhecimentos e técnicas para utilizar de maneira coordenada e sistemática para qualificar a assistência integral do paciente hospitalizado, sem se limitar, ao tempo específico da hospitalização, seu trabalho é especializado no que se refere, fundamentalmente, ao restabelecimento do estado de saúde do doente ou, ao menos, ao controle dos sintomas que prejudicam seu bem estar (CASTRO e BORNHOLDT, 2004.). Psicologia na Atenção Básica e na Atenção Especializada Em unidades de saúde, o tipo de intervenção varia de acordo com a especificidade de tratamento do local, podem ser: psicoterapia - de adulto e de adolescente-, triagem de orientação de mães, psicodiagnóstico, ludoterapia, grupos de toxicômanos, aidéticos, alcoolistas, tuberculosos hanserianos, dentre outros (De Souza, 2013) e principalmente atuação em processos coletivos de promoção e prevenção como é o caso dos Núcleos de Apoio a Saúde da Família (NASF). Em centros de atenção psicossocial, a atuação varia em menor escala, os CAPS se distinguem por sua complexidade e organizam-se de acordo com o número populacional de cada cidade. Com isso, esses serviços se caracterizam como: CAPS I, CAPS II, CAPS III, CAPSi e CAPSad (Brasil, 2002). O grande desafio para todos os integrantes de equipe multiprofissional (vale para os Caps e os Centros de Saúde) não é somente conhecer sua função, mas conseguir estimar e reconhecer o papel do outro como essencial para se obter uma visão complexa dos fenômenos (Pietroluongo& Resende, 2007, p. 8). RESULTADOS: A partir de fixada a idéia de que é mais eficiente abordar o paciente como tendo algum problema e não simplesmente utilizando literalmente o termo "doença", a saúde então passa a envolver um modelo biopsicossocial – um novo enfoque da psicologia da saúde. A epidemiologia social, os estudos de saúde pública e avanços dos conhecimentos sobre fenômenos psicológicos nas ultimas décadas possibilitam uma melhor compreensão em estudos e desenvolvimento de intervenções em relação a esses fenômenos e processos tanto para o ensino quanto para a atuação do profissional psicólogo da saúde. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Não parece mais ser suficiente o trabalho dos profissionais de saúde – psicólogos ou outros – ficar restrito a atenuar sofrimento, compensar dano, corrigir lesões, recuperar prejuízos e minimizar a atuação nos âmbitos da prevenção de problemas (psicológicos e de saúde). É necessária também uma atuação antes que os problemas aconteçam, de forma preventiva e de promoção da saúde, de maneira a evitá-los, intervindo em questões sociais, inclusive os denominados de “problemas de saúde”, apesar das limitações que as convenções administrativas, burocráticas, políticas ou das simples práticas imponham e direcionam o pensamento e os comportamentos, a intervenção do psicólogo amplia as possibilidades de abrangência da saúde e alcança questões subjetivas e singulares que fazem parte de uma conceituação de saúde que valoriza a vida, que produz vida.

Palavras-chave


ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO DA SAÚDE ; PSICOLOGIA DA SAÚDE ; PSICOLOGIA NO HOSPITAL ; PSICOLOGIA NA ATENÇÃO BÁSICA E NA ATENÇÃO ESPECIALIZADA

Referências


Angerami, V.A. Psicologia Hospitalar. A Atuação do Psicólogo no Contexto Hospitalar. São Paulo: Traço, 1984.

Brasil. (2002). Portaria n. 336. Brasília, DF: Ministério da Saúde. Recuperado em 25 jan., 2011. Disponível em: <http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/Portaria%20GM%20336-2002.pdf>. Acesso em: 21 de jun. 2015.

CASTRO, Elisa Kern de; BORNHOLDT, Ellen. Psicologia da saúde x psicologia hospitalar: definições e possibilidades de inserção profissional. Psicol. cienc. prof.,  Brasília, v.24, n.3, set. 2004. Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S141498932004000300007&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em  21  jun. 2015.

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Fagundes, S. (2004). Apresentação. In C. A. T. Nascimento, G. D. R. Lazzarotto, J. C. D. Hoenisch, M. C. C. Silva & R. L. Matos, Psicologia e políticas públicas: experiências em saúde pública. Porto Alegre: Conselho Regional de Psicologia, 84- 96. Recuperado em 20 maio, 2009, de CRP07 (Conselho Regional de Psicologia). Disponível em: <http://www.crp07.org.br/upload/edicao/arquivo15.pdf>. Acesso em: 21 de jun. 2015.

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Pietroluongo, A. P. da C., & Resende, T. I. M. (2007). Visita domiciliar em saúde mental – o papel do psicólogo em questão. Psicologia: Ciência e Profissão, 27(1), 1-10. Recuperado em 30 ago., 2009, de PePSIC (Periódicos Eletrônicos em Psicologia). Disponível em: <http://pepsic.bvs-psi.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932007000100003&lng=pt&nrm=>. Acesso em: 21 de jun. 2015.