Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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Patologias Prevalentes entre Gestantes de Alto Risco Atendidas nos Centros de Referência em Gestação de Risco, no Município de Santarém/PA
Ana Beatriz da Silva Pedroso, simone aguiar da silva figueira, nayara linco simões, edileuza félix de sousa, YARA MACAMBIRA SANTANA LIMA

Última alteração: 2015-11-12

Resumo


APRESENTAÇÃO: A gravidez por ser evento fisiológico e a sua evolução se dá na maior parte dos casos sem intercorrências. Apesar desse fato, há uma pequena parcela de gestantes que, por serem portadoras de alguma doença, sofrerem algum agravo ou desenvolverem complicações, apresentam maiores possibilidades de evolução desfavorável, tanto para o feto como para a mãe. Essas grávidas constituem o grupo chamado de gestantes de alto risco, (1) por esse motivo o estudo objetivou conhecer as patologias que mais acometeram as gestantes e as classificaram como tal no município de Santarém/PA, inscritas no pré – natal da Unidade de Referência Especializada e Centro Referência em Saúde da Mulher no período de janeiro 2010 a dezembro de 2013. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: O presente estudo é documental, descritivo, de caráter retrospectivo e abordagem quantitativa e análise com base estatística descritiva. Foram tabulados e analisados, com auxílio dos softwares Word e Excel 2013, 3.000 prontuários, no Centro Referência em Saúde da Mulher, desses, 560 foram inclusos na pesquisa e na Unidade de Referência Especializada, 271 prontuários, desses, 182 incluídos na pesquisa, totalizando uma amostragem 742 prontuários. RESULTADOS: Após a análise das variáveis identificamos que as patologias de prevalência foi ganho ponderal 205 (27,63%); seguido de Hemorragia na gestação 90 (12,13%); Doença hipertensiva específica da gestação 88 (11,86%); Soma dos Pontos 65 (8,76%); Hipertensão Crônica 51 (6,87%); Aloimunização 36 (4,85%); Sífilis 35 (4,72%); HPV 34 (4,72%); Varizes Acentuadas 30 (4,04%); Amniorrexe Prematura 24 (3,23%); Epilepsia 25 (3,37%); Diabetes Mellitus 22 (2,96%); Mioma 20 (2,70%); Problemas Emocionais Graves 20 (2,70%); Doença Renal 12 (1,62%); Toxoplasmose 9 (1,21%); Malformação Fetal 9 (1,21%); Patologia da Tireoide 9 (1,21%); Doença Cardíaca 7 (0,94%); Gestação Múltipla 6 (0,81%); Malária 5 (0,67%); Eclampsia 4 (0,54%); Diabetes Gestacional 3 (0,40%); Anomalia do Trato Genital 3 (0,40%); Hérnia Umbilical 3 (0,40%); Hepatite B 3 (0,40%); Polidramnio 3 (0,40%); Alterações do Crescimento Uterino 2 (0,27%); Hanseníase 2 (0,27%); Asma 2 (0,27%); Hemoglobinopatia 2 (0,27%); Cisto Ovariano 2 (0,27%); Gastrosquise 2 (0,27%); Gardnerella 2 (0,27%); Proteinúria 2 (0,27%); Cirurgia Ginecológica de Grande Porte 2 (0,27%); Rubéola 2 (0,27%); Gravidez ectópica 2 (0,27%); Escoliose 2 (0,27%); Hepatite C 2 (0,27%); Hérnia Inguinal 1 (0,13%); Leucemia 1 (0,13%); Hidronefrose Fetal 1 (0,13%); Molahidatiforme 1 (0,13%), Meningite 1 (0,13%); HIV 1 (0,13%); Fibromialgia 1 (0,13%); Distúrbio Alimentar 1 (0,13%); Câncer 1 (0,13%); Anemia 1 (0,13%); Linfadenopatia 1 (0,13%); Herpes Genital 1 (0,13%); Paralisia Facial 1 (0,13%); Aneurisma Cerebral 1 (0,13%); Febre Reumática 1 (0,13%); Doença Neurológica Crônica 1 (0,13%); Albumina 1 (0,13%); Polineuropatia Periférica 1 (0,13%); Citomegalovirus 1 (0,13%); Cirurgia Ginecológica de Médio Porte 1 (0,13%) e Infecções Graves 1 (0,13%). Diante dos resultados encontrados podemos constatar que a gestação de alto risco é um grande problema de saúde publica. Várias doenças graves acometem essas gestantes e que de fato merecem uma maior atenção pelos profissionais de saúde, pois irão influenciar diretamente no desfecho da gestação, exemplo disso é a DHEG, que no estudo em questão ficou em primeiro lugar se for levar em consideração só as patologias, a qual é uma das complicações mais comuns e de maior morbimortalidade materna e perinatal, pois comprometem muitos sistemas orgânicos, como os sistemas renal, cardiovasculares, neurológico, hematológico, hepático e uteroplacentário, tais como: prematuridade, retardo do crescimento intrauterino, descolamento da placenta, morte materno-fetal, crise hipertensiva, oligúria, edema cerebral, edema pulmonar, trombocitopenia, hemorragia, cegueira, acidente vascular cerebral intolerância fetal ao trabalho de parto e podendo evoluir para Síndrome de HELLP, que pode ocasionar hemorragia interna, insuficiência cardiopulmonar, acidente vascular cerebral, insuficiência renal aguda, hematoma hepático e complicações para o feto incluem deslocamento prematuro da placenta, crescimento intrauterino restrito e síndrome da angústia respiratória. Outra patologia é Hipertensão Crônica, essa doença eleva o risco dos infantis nascerem prematuros e de baixo peso, aumentando deste modo a morbimortalidade perinatal dos recém-nascidos. E a ocorrência de episódios hipertensivos no decorrer da gestação predispõe, ainda, ao surgimento de graves complicações, como hemorragias cerebrais, coagulação intravascular disseminada, deslocamento prematuro de placenta, insuficiência hepática e insuficiência renal aguda, entre outras, patologias tão importantes quanto, citadas acima. Notamos também quanto aos resultados sobre soma dos pontos as gestantes apresentaram fatores que as encaminharam para Referência Especializada como: extremos de idade, aceitação da gravidez, paridade, condições socioeconômicas, intervalo interpartal, altura, fator Rh e hábitos, presentes na ficha de seleção de risco gestacional. É notório que a soma desses fatores foi responsável por índice considerável de encaminhamentos para os centros de referência, sendo que podem ser diagnosticados e acompanhados na atenção básica, por esse motivo destacamos a importância de trabalhar a prevenção desses fatores nas consultas do pré-natal, uma vez que a mortalidade materno-fetal ocorre em sua maioria por causas evitáveis, e logo, diminuirá a demanda de gestantes referenciadas. Outro fator é o ganho ponderal, que exerce um efeito significativo nas crescentes taxas de partos operatórios, assim como no aumento do risco de resultados perinatais desfavoráveis, como grande prevalência de fetos macrossômicos, trauma, desproporção céfalo – pélvica, asfixia e morte perinatal. Ademais, o ganho de peso excessivo durante a gestação pode elevar a ocorrência de retenção de peso pós-parto, maior associação com diabetes mellitus gestacional e síndromes hipertensivas da gravidez, fatores esses que podem ser tratados e até prevenidos na atenção básica. Considerações finais: Deste modo, fazem-se necessários treinamentos destinados aos profissionais de saúde com intuito de facilitar o entendimento sobre o uso da ficha de seleção de risco gestacional adequadamente a fim de prepará-los para melhor identificação de fatores e patologias que de fato merecem encaminhamento para a referência. Devido à importância da classificação do risco gestacional no binômio materno-fetal é indispensável à identificação precoce destas gestações, para que assim seja possível proporcionar uma assistência adequada e obter resultados satisfatórios. Portanto, deixamos sugestões de mais pesquisas a fim de se adquirir mais conhecimentos acerca do tema. E através da nossa pesquisa fornecemos subsídios que contribuirão para novas pesquisas, melhorando a qualidade da assistência, o planejamento e a sistematização de ações que se revertam na promoção da saúde da mulher visando à diminuição da mortalidade materna - fetal.

Palavras-chave


gestantes; patologia; enfermagem

Referências


BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Gestação de Alto Risco. Brasília, DF. 2010.