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AÇÕES INTERSETORIAIS PARA O FORTALECIMENTO DE GRUPOS DE AUTOCUIDADO EM HANSENÍASE
Última alteração: 2015-11-23
Resumo
APRESENTAÇÃO: O grupo de autocuidado (GAC) é formado por um grupo de pessoas com necessidades e interesses similares que buscam o conhecimento e empoderamento para cuidarem de seus problemas por meio do apoio do grupo. É um espaço que permite a troca de experiências e o fortalecimento do indivíduo por meio do apoio do grupo. As práticas de autocuidado visam melhorar a qualidade de vida da pessoa acometida pela hanseníase, estimulando o paciente a cuidar de si. OBJETIVO: Relatar a experiência de implantação e fortalecimento de grupos de autocuidado em hanseníase. DESENVOLVIMENTO: Este é um relato de experiência do projeto de extensão universitária “Práticas de autocuidado em hanseníase: reabilitação física e psicossocial”, que desde 2014 promove implantação e fortalecimento de GAC na região metropolitana de Recife. O projeto é desenvolvido em conjunto ao movimento social MORHAN – Movimento de reintegração das pessoas atingidas pela hanseníase, Secretaria Estadual de Saúde e é financiado por uma entidade Holandesa, Netherlands Hanseniasis Relief. Realizou-se a capacitação de 40 profissionais de saúde para implantação de GAC, e vem realizando o monitoramento das atividades de três GACs que já estão em atividade nos serviços de saúde. Utilizaram-se instrumentos de monitoramento da evolução dos pacientes (a partir de dados clínicos como grau de incapacidade, escores de escalas de atividades diárias, participação social e qualidade de vida) e desenvolvimento dos GAC (frequência, temas das reuniões, diário de campo), também é realizada a distribuição de material para o autocuidado dos pacientes e para o desenvolvimento das atividades dos grupos. RESULTADOS: Os GACs realizam encontros periódicos com os pacientes, que podem variar de 15 dias a um mês. A média de participantes é entre 10 e 15, com diversas idades (de 14 a 69 anos), e com cerca de 90% com capacidade instalada. Os grupos são coordenados por enfermeiros, terapeutas ocupacionais e psicólogas que em conjunto discutem as necessidades e demandas dos pacientes. Os temas discutidos são: doença, o tratamento, a prevenção de incapacidades, as reações hansênicas, enfrentamento do preconceito e garantia de direitos. Nesses encontros as dúvidas e angustias dos pacientes em relação a doença são externadas e os coordenadores dos grupos, em conjunto com os outros participantes esclarecem as dúvidas e propõem alternativas para a superação das situações citadas. Nos encontros, os participantes dos GACs se mostram bastante interessados e participativos, contribuindo com as discussões e expondo suas opiniões sobre os temas propostos. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os GAC são importantes para os pacientes, pois compartilham experiências e dúvidas, e promovem a educação em saúde com foco na prevenção de incapacidades ou diminuição da evolução da capacidade já instalada. É um momento de aprendizado e de empoderamento para que realizem o autocuidado de forma efetiva, trazendo, assim, uma melhora na qualidade de vida destes pacientes. E como projeto de extensão, além da contribuição com a comunidade (população, profissionais e governo) vem contribuindo para a formação acadêmica em enfermagem voltada para uma das doenças mais prevalentes no Brasil através da atuação em conjunto com diversas instituições.
Palavras-chave
Autocuidado; hanseníase; intersetorial