Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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AÇÕES INTERSETORIAIS PARA O FORTALECIMENTO DE GRUPOS DE AUTOCUIDADO EM HANSENÍASE
Danielle Christine Moura dos Santos, Raphaela Delmondes do Nascimento, Laura Esteves Pereira, Paloma Maranhão Ferreira Silva, Gildo Bernardo, Rejane Almeida, Margarida Maria Araújo, Duane Hinders

Última alteração: 2015-11-23

Resumo


APRESENTAÇÃO: O grupo de autocuidado (GAC) é formado por um grupo de pessoas com necessidades e interesses similares que buscam o conhecimento e empoderamento para cuidarem de seus problemas por meio do apoio do grupo. É um espaço que permite a troca de experiências e o fortalecimento do indivíduo por meio do apoio do grupo. As práticas de autocuidado visam melhorar a qualidade de vida da pessoa acometida pela hanseníase, estimulando o paciente a cuidar de si. OBJETIVO: Relatar a experiência de implantação e fortalecimento de grupos de autocuidado em hanseníase. DESENVOLVIMENTO: Este é um relato de experiência do projeto de extensão universitária “Práticas de autocuidado em hanseníase: reabilitação física e psicossocial”, que desde 2014 promove implantação e fortalecimento de GAC na região metropolitana de Recife. O projeto é desenvolvido em conjunto ao movimento social MORHAN – Movimento de reintegração das pessoas atingidas pela hanseníase, Secretaria Estadual de Saúde e é financiado por uma entidade Holandesa, Netherlands Hanseniasis Relief. Realizou-se a capacitação de 40 profissionais de saúde para implantação de GAC, e vem realizando o monitoramento das atividades de três GACs que já estão em atividade nos serviços de saúde. Utilizaram-se instrumentos de monitoramento da evolução dos pacientes (a partir de dados clínicos como grau de incapacidade, escores de escalas de atividades diárias, participação social e qualidade de vida) e desenvolvimento dos GAC (frequência, temas das reuniões, diário de campo), também é realizada a distribuição de material para o autocuidado dos pacientes e para o desenvolvimento das atividades dos grupos. RESULTADOS: Os GACs realizam encontros periódicos com os pacientes, que podem variar de 15 dias a um mês.  A média de participantes é entre 10 e 15, com diversas idades (de 14 a 69 anos), e com cerca de 90% com capacidade instalada. Os grupos são coordenados por enfermeiros, terapeutas ocupacionais e psicólogas que em conjunto discutem as necessidades e demandas dos pacientes. Os temas discutidos são: doença, o tratamento, a prevenção de incapacidades, as reações hansênicas, enfrentamento do preconceito e garantia de direitos. Nesses encontros as dúvidas e angustias dos pacientes em relação a doença são externadas e os coordenadores dos grupos, em conjunto com os outros participantes esclarecem as dúvidas e propõem alternativas para a superação das situações citadas. Nos encontros, os participantes dos GACs se mostram bastante interessados e participativos, contribuindo com as discussões e expondo suas opiniões sobre os temas propostos. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os GAC são importantes para os pacientes, pois compartilham experiências e dúvidas, e promovem a educação em saúde com foco na prevenção de incapacidades ou diminuição da evolução da capacidade já instalada. É um momento de aprendizado e de empoderamento para que realizem o autocuidado de forma efetiva, trazendo, assim, uma melhora na qualidade de vida destes pacientes. E como projeto de extensão, além da contribuição com a comunidade (população, profissionais e governo) vem contribuindo para a formação acadêmica em enfermagem voltada para uma das doenças mais prevalentes no Brasil através da atuação em conjunto com diversas instituições.

Palavras-chave


Autocuidado; hanseníase; intersetorial