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APRESENTAÇÃO: O atual cenário epidemiológico e a busca pela ampliação do saber do fisioterapeuta para além da clínica solicitam a construção planejada de uma rede de ações que tornamos serviços de saúde mais eficientes. Na saúde do trabalhador esse planejamento pode iniciar com o conhecimento dos usuários do serviço, possibilitando ao fisioterapeuta interferir nos processos de trabalho desse usuário, qualificando sua intervenção e provocando melhorias no serviço de saúde.  O objetivo desse estudo foi analisar o perfil dos usuários do Centro Municipal de Reabilitação e Fisioterapia (CRF) de Presidente Prudente – SP, associando aspectos sócio-demográficos e epidemiológicos dos usuários com a lesão e ocupação profissional. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: Consultou-se 656 prontuários de pacientes atendidos no período de janeiro de 2013 a julho de 2014 do CRF. Os dados coletados foram: o número do prontuário, etnia, sexo, idade, diagnóstico clínico, ocupação profissional e endereço. Esses dados foram organizados em planilhas do Excel. O diagnóstico clínico do encaminhamento médico foi tabulado segundo a nomenclatura da Classificação Internacional de Doenças – CID 10, a análise dos dados foi exploratória, através do teste qui-quadrado e o modelo de regressão logística OddsRatio (OR), que avaliaram a associação entre os principais lesões e as profissões mais frequentes. E os dados de endereço foram usados para realizar o Georreferenciamento dos trabalhadores no mapa do município. RESULTADOS: A idade média foi 49,4 (±17,63), sendo a maioria do sexo feminino (59,15%), houve grande concentração das demandas nas periferias da região oeste, norte e leste. As principais profissões foram serviços domésticos (22,41%), aposentados (15,55%) e serviços gerais (6,71%). As demais profissões tiveram incidência menor do que 6%. As lesões não traumáticas foram mais frequentes (69,27%) do que as traumáticas (30,73%). Já as lesões com maior incidência foram na coluna vertebral (22,56%), no membro superior (13,87%) e as gonartroses (5,49%). A regressão logística apresentou risco às profissões: serviços domésticos para lesões de membro superiores; construção civil para algias na coluna e fraturas distais de membro inferior e aposentados para artrose de coluna, gonartrose e sequela de AVE. E aposentado apresentou-se como fator de proteção para lesões de ombro e fraturas distais de membro inferiores. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A distribuição geográfica dos usuários do serviço mostrou que mais locais deveriam atender a demanda por serviço especializado em fisioterapiano município, como por exemplo, a zona leste. Com o aumento do número de serviços de fisioterapia o município deveria pensar na possibilidade de criar uma rede integrando todos os serviços existentes, desde a atenção primária, como o trabalho da Residência em Fisioterapia da UNESP e a atenção dos Núcleos de Apoio a Saúde da Família, até os centros de referência especializados do município e da UNESP.

Fisioterapia; Sistemas de saúde; saúde do trabalhador.