Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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INSERÇÃO EM DIFERENTES SISTEMAS EDUCACIONAIS BRASIL X AUSTRALIA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Ariane Stieven, Cláudio Claudino da Silva Filho

Última alteração: 2015-11-12

Resumo


Todas as nações apresentam sistemas educacionais a fim de garantir os direitos de sua população ao acesso à educação, seja este através de entidades públicas ou privadas. O ensino superior, neste contexto faz parte dos diferentes níveis educacionais que fazem parte dos sistemas de educação, visto como um dos fatores primordiais para o desenvolvimento econômico, político e social de um país. Esse estudo tem como objetivo geral descrever vivências e refletir experiências de acesso a dois sistemas de educação diferentes (Australiano e Brasileiro) por graduanda em enfermagem enquanto bolsista de um programa governamental brasileiro. O presente estudo trata-se de um relato de experiência, baseado em imersão vivencial no Programa “Ciências sem Fronteiras”, instituído pelos Ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e do Ministério da Educação (MEC), por meio das instituições de fomento CNPq e Capes, e Secretarias de Ensino Superior e de Ensino Tecnológico do MEC. O programa possibilita a completa inserção dos bolsistas na realidade do país de destino. Nesse sentido, a experiência ocorreu na cidade de Wollongong, no estado de Nova Gales do Sul, na Austrália, onde houve residência por dezesseis meses.A matriz de análise deste relato foram as vivências nas duas realidades de sistemas educacionais Brasileiro e Australiano, para de algum modo permitir “comparações”, ainda que preliminares, entre as duas realidades em que os universitários estão inseridos.A experiência universitária na Austrália teve duração de seis meses, ou uma sessão, assim lá nomeada. No Brasil, a rotina da vida universitária é um reflexo do ensino fundamental e médio, onde os universitários vão para as aulas diariamente e permanecem por horas nas salas de aula recebendo informação. Na Austrália a realidade é distinta, as aulas são divididas em “lectures” e “tutorials”, nas “lectures” é realizado uma espécie de palestra para todos os alunos matriculados na disciplina, sem necessidade de presença, pois as “lectures” são sempre (ou quase sempre) gravadas e postadas no portal do aluno (moodle). Os “tutorials”, no entanto, são aulas que necessitam da presença do aluno, e uma continuação das “lectures”, nessas aulas apenas uma parcela dos alunos inscritos na disciplina participam, já que no momento da inscrição na disciplina o aluno pode escolher os horários dos “tutorials” que mais se adaptam às suas atividades, sejam universitárias ou não. Algumas universidades Australianas encontram-se entre as melhores do mundo levando em consideração critérios como qualidade da educação, satisfação do aluno e reputação global. No Brasil também podemos encontrar muitas universidades de qualidade, porém percebe-se que na Austrália, muito mais que no Brasil o universitário é instigado a “administrar seu tempo”, instigado a buscar conhecimento por si só e não apenas ir todos os dias para a universidade e receber informação sem se quer precisar raciocinar muito. No Brasil: Para que e quem estamos formando? Será que formamos profissionais reflexivos ou apenas profissionais tecnicistas e voltados ao mercado (privado) de trabalho? Independente da analogia aqui rapidamente rascunhada com o sistema educacional Australiano, é necessário uma reflexão mais profunda sobre o papel das universidades Brasileiras.  

Palavras-chave


Educação; Internacionalização; Austrália