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O presente trabalho discorre sobre a utilização de filmes no processo ensino-aprendizagem na Liga Acadêmica de Doenças Infecto Parasitárias em Enfermagem (LADIPE) na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e tem como objetivo problematizar os conteúdos do filme “Clube de Compras Dallas”, o qual tem como foco o comportamento das pessoas frente ao HIV/AIDS. O filme sob direção de Jean-Marc Vallée e produção de Robbie Brenner e Rachel Brenner do ano de 2013 é baseado em fatos reais sobre a vida de Ron Woodroof retratado como um homofóbico que contraiu o HIV, no ano de 1985. Existiam preconceitos na sociedade em relação à doença, pois se associava o HIV exclusivamente aos homossexuais e as pessoas que contraíam o vírus estavam fadadas a sentença de morte eminente. Entretanto na trama, são repassadas informações importantes para uma maior compreensão sobre como o vírus era adquirido, pois atingia homossexuais, bissexuais, pessoas que injetavam drogas e faziam sexo desprotegido. Uma personagem é diagnosticada, após um acidente de trabalho, quando realizou exames de sangue e constatou-se uma grande queda de Linfócitos T. O enredo segue ao passar testes em humanos com o Zidovudina (AZT), o único medicamento retroviral legalizado no território americano pela FoodandDrugsAdmistration (FDA). Apresenta a luta do protagonista ao tentar utilizar medicamentos mais eficientes e menos tóxicos, que pudessem substituir o uso do AZT, pois em altas quantidades se apresenta prejudicial ao organismo. É neste contexto, que se inicia o clube de compras, no qual se comercializavam métodos alternativos e ilegais como sulfato de dextrano e peptídeo T. Diante disso, os telespectadores são indagados a acompanhar de forma contextualizada o processo saúde-doença dos personagens soro positivos. A partir desta experiência constatamos como o cinema contribui como uma ferramenta de aprendizagem, ao aproximar o público com o personagem e as cenas do filme, proporcionando a reflexão e o insight com a realidade. Favorece também a aquisição de conhecimentos novos, ampliação de conceitos e promove um comportamento humanizado, que não aceita as atitudes preconceituosas e discriminatórias em relação aos portadores da doença. Ademais, a luta pela vida alavancada pela personagem diante de sua realidade demonstra de forma proativa o senso de superação inerente a todo ser humano, sendo comprovado pelo aumento da expectativa de vida de trinta dias para sete anos. Com este processo de aprendizagem dinâmico e contínuo, estimula-se a postura crítica, generalista, humanista e reflexivo, como preconizado na atual educação para profissionais de saúde. A utilização de recursos cinematográficos é uma metodologia eficiente e prazerosa, pois, nota-se que a utilização de instrumentos familiares (personagens, situações e sentimentos) estimula a descoberta do incógnito e possibilita a construção de futuros profissionais, como agentes transformadores das práticas sociais e a si mesmo. 

Cinema; Metodologia ativa de aprendizagem; HIV; AIDS; Processo saúde-doença