Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

Tamanho da fonte: 
Construindo Competências a partir da Prática da Preceptoria na Atenção Básica
Fabiana silva Marins, Geilsa Soraia Cavalcanti Valente, Ludimila Cuzatis Gonçalves, Louise Anne Reis da Paixão, Erivelto Soares de Medeiros

Última alteração: 2015-10-27

Resumo


INTRODUÇÃO: Este trabalho é um recorte da dissertação do Mestrado Profissional de Ensino na Saúde da Escola de Enfermagem da UFF. Trata-se de uma pesquisa do tipo exploratória e descritiva com abordagem qualitativa e análise segundo perspectiva dialética. O presente traz à discussão as competências necessárias para o exercício efetivo da preceptoria no SUS. Atenção Básica a Saúde (ABS) é considerada como reorganizadora das práticas individuais e coletivas, e reorientadora do Sistema Único de Saúde (SUS), compreendendo a garantia da integralidade em suas dimensões de abrangência e coordenação.  Estas reformulações trouxeram às instituições de ensino em saúde novos desafios, pois a formação de profissionais de saúde com as competências para prestação de cuidados básicos deve se iniciar na graduação, considerando a ABS não apenas um campo de práticas, mas também um corpo de conhecimentos que exige abordagens interdisciplinar e pedagógica inteiramente novas. Ao assumir as múltiplas tarefas relacionadas aos seus princípios do SUS, caberá ao profissional formado sob tais expectativas a assistência de forma personalizada e continuada a indivíduos e famílias em seu contexto comunitário e territorial. OBJETIVOS: Descrever as atividades do enfermeiro preceptor, da atenção básica, na formação de graduandos de Enfermagem; identificar as competências que o enfermeiro necessita desenvolver para atuar na formação de graduandos; analisar possíveis estratégias para o desenvolvimento das competências identificadas e elaborar uma tecnologia educacional sobre competências e estratégias didático-pedagógicas. MÉTODO: Apresentar o estudo de campo realizado através de entrevista semi-estruturada com onze enfermeiros preceptores em unidades de Atenção Básica no município do Rio de Janeiro. As bases conceituais do Estudo foram as competências para o educador elencadas por Perrenoud e a Reflexão na ação discutida por Schön. Os dados foram analisados norteados pelo ciclo da reflexividade proposto por Valente (2009). RESULTADOS: Emergiram duas unidades temáticas: O papel do Enfermeiro Preceptor na formação do graduando: evidenciando seu papel e O desafio da Preceptoria na Atenção Básica: competências e estratégias demandadas dessa prática. CONCLUSÃO: Os achados apontaram para a necessidade do desenvolvimento de competências pelo preceptor relacionadas à falta de proatividade sobre sua própria formação e para deficiência no planejamento do processo ensino-aprendizagem advinda da falta de capacitação específica para o exercício da preceptoria, com evidências de que quanto mais capacitado o preceptor é mais sensível se mostra ao importante papel a ser desenvolvido na formação para o SUS. Para que o profissional, que exerce preceptoria, desenvolva ou aprimore competências e possa contribuir para formação de profissionais com esta capacidade, se faz necessário um esforço conjunto de todos os atores envolvidos neste processo no sentido de construírem espaços e/ou instrumentos de discussão permanente desta prática. Acreditamos que este estudo tem potencial para estimular discussões sobre os vários aspectos que envolvem a preceptoria e, por conseguinte, outras pesquisas sobre os diferentes prismas desta temática, deixando uma contribuição para a renovação/ transformação da mesma.    

Palavras-chave


Preceptoria; Formação; Sistema Único de Saúde

Referências


BRASIL. MEC. Lei das Diretrizes e Bases da Educação no. 9.394/96. Disponível em: <http://www.mec.gov.br>. Acesso em 14 nov. 2011.

 

BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Superior. Resolução CNE/CES N. 3, de 07 de novembro de 2001. Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais do curso de graduação em enfermagem. Diário Oficial da República Federativa da União. Brasília: 09 nov. 2001. Seção 1, 1987.

 

PERRENOUD, Philippe. Ensinar: agir na urgência, decidir na incerteza. 2 ed. Porto Alegre: Artmed, 2001.208p.

SCHÖN, Donald. Formar professores como profissionais reflexivos. In: NÓVOA, A. (Coord.). Os professores e sua formação. Lisboa: Dom Quixote, 1992. 92p.

 

VALENTE, Geilsa Soraia Cavalvanti. A Reflexividade na Prática docente da Graduação em Enfermagem: Nexos com a Formação Permanente do Enfermeiro Professor. Tese (doutorado em enfermagem)– Escola de Enfermagem Anna Nery, Universidade Federal do Rio de Janeiro. RJ, 2009.180 p.