Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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Gravidez e contracepção na perspectiva de mães adolescentes do município de Urucurituba
Hernane Guimarães dos Santos Jr, GABRIELA BENTES DE SOUSA, FLAVIA KETHLEM FARIAS, LIESELOTTE GUIMARÃES SOARES, ANDRY TAVARES LASMAR, ROBERTO BURGOS MACEDO FARIAS

Última alteração: 2015-11-23

Resumo


A gravidez na adolescência está entre as consequências da prática sexual desprotegida, sendo considerado um problema de saúde pública e de alto risco, pois pode ocasionar alterações de ordem clínica, biológica, comportamental, relacionadas à assistência à saúde, sócio-culturais, econômicas e ambientais. Este estudo teve como objetivo caracterizar a gravidez e contracepção na perspectiva das jovens mães cadastradas no pré-natal das Unidades Básicas de Saúde (UBS) do município de Urucurituba e acompanhadas pelas equipes da Estratégia de Saúde da Família (ESF) do referido município. Trata-se de uma pesquisa exploratória de corte transversal de caráter quantitativo, envolvendo 30 adolescentes grávidas e puérperas na faixa etária de 10 a 19 anos cadastradas no programa pré-natal das Unidades Básicas de Saúde localizadas na zona urbana do município de Urucurituba, acompanhadas pelas Equipes de Estratégias de Saúde da Família do município. Foram realizadas entrevistas, utilizando um questionário semiestruturado, contendo dados epidemiológicos e da saúde sexual e reprodutiva, como os motivos que levaram a gravidez na adolescência, conhecimento sobre os métodos contraceptivos e consequências da gravidez na adolescência. Os dados foram tabulados e organizados em tabelas e gráficos, utilizando-se o programa Microsoft Office Excel, 2010. Quanto ao perfil das pacientes, a média de idade foi de 17,6 anos, profissão dona de casa (50%), estado civil em união estável (63.3%), 83.3% estavam grávidas e 16.6% eram puérperas. Quando questionadas sobre a percepção de engravidar na adolescência, 66,6% referiram ser preocupante, pois interfere tanto na vida pessoal como profissional e apenas 33,3% consideraram ser normal uma adolescente engravidar. Quanto aos métodos contraceptivos (MAC) 86,6% referiram conhecer os MAC e 63,3% disseram fazer uso de algum método. Em relação a disponibilidade aos métodos na UBS de cobertura da respectiva área, 60% referiram ser ruim. Em 70% dos casos as adolescentes referiram que quanto mais cedo recebe informações sobre os MAC, diminui o índice de gravidez na adolescência. Quanto as principais consequência da gravidez na faixa etária de 10 a 19 anos, a Doença Hipertensiva Específica da Gestação (DHEG) e as infecções, principalmente do trato urinário, foram as mais frequentes (50%). Os motivos que levaram as adolescentes a engravidarem também foram investigados, 30 % relataram desejo próprio de engravidar, 16,6% engravidaram por status social, 10% para receber benefícios como o bolsa natalidade. Outra problemática relatada por 33,3% das entrevistadas foi sobre a falta de conhecimento sobre os MAC e resistência do parceiro em utilizar preservativo. Foi evidenciada uma lacuna no que diz respeito ao conhecimento quanto aos métodos contraceptivos e sexualidade, bem como dificuldade de acessibilidade e comprometimento emocional e de saúde. Sugerem-se o delineamento de ações estratégicas de saúde para o grupo focal em questão, que objetivem a diminuição dos índices de gravidez na faixa etária adolescente e consequentemente riscos de cunho biopsicossocial que as adolescentes e seus filhos estarão expostos.

Palavras-chave


Gravidez na adolescência; Saúde da mulher; Estratégia de Saúde da Família