Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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Interfaces entre o ensino de graduação e a formação no/para o SUS: experiências de estudantes de graduação em enfermagem
Deíse Moura de Oliveira, Milleny Tosatti Aleixo, Ariana Colombari de Godoi Floresta, Érika Andrade e Silva, Erica Toledo de Mendonça

Última alteração: 2015-10-23

Resumo


INTRODUÇÃO: o processo de formação do enfermeiro tem passado por sucessivas modificações ao longo dos anos, buscando acompanhar as mudanças referentes à consolidação de um novo sistema de saúde, pautado nos princípios da equidade, universalidade e integralidade. Nesta perspectiva, para responder às necessidades postas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) o ensino em saúde, incluindo o da Enfermagem, precisa assentar-se no Modelo de Produção social da Saúde, em caráter substitutivo ao Modelo Flexneriano. Isso denota a importância de investigações que se debrucem sobre o processo de formação do enfermeiro e a relação deste com a possibilidade de formar profissionais de saúde capazes de responder às necessidades do SUS.  Nesta perspectiva, o presente estudo teve como objetivo identificar a formação no/para o SUS a partir da experiência de estudantes de graduação em Enfermagem. MÉTODO: Pesquisa qualitativa realizada com 11 estudantes do curso de graduação em enfermagem de uma universidade pública de Minas Gerais. A coleta de dados ocorreu através de entrevista, com questões abertas, nos meses de março a maio de 2015. Os dados foram analisados à luz de Bardin, sendo interpretados e discutidos em consonância com a literatura pertinente à temática. Cabe ressaltar que o projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Viçosa, inscrito sob o Parecer nº. 909.697. RESULTADOS: os estudantes conseguem perceber através de disciplinas curriculares que a formação para o contexto do SUS perpassa a graduação em Enfermagem. Além das aulas teóricas e práticas, pontuam o estágio como campos enriquecedores para a aprendizagem do/no SUS. No tocante às experiências que traduziram para os participantes como espaços formativos para/no sistema de saúde, pontuaram expressivamente as visitas domiciliares e as atividades de educação em saúde, em especial grupos educativos, por meio dos quais conseguem estabelecer uma aproximação com as necessidades da comunidade, atuando sobre os determinantes sociais da saúde inscritos no contexto sócio-histórico-ambiental em que esta vive. Além do componente curricular há que se destacar as atividades extracurriculares, como projetos de ensino, extensão e pesquisa, considerados elementos essenciais para a articulação da instituição formadora com o serviço público de saúde. Os participantes do presente estudo se julgam preparados para atuar com competênciano contexto do SUS, uma vez que a experiência da graduação oportunizou a imersão dos mesmos em diversos contextos assistenciais inscritos no sistema de saúde brasileiro. CONSIDERAÇÕES FINAIS: os achados apontam que a graduação em enfermagem no cenário estudado tem avançado na direção de formar sujeitos para atuar no SUS. Isso reafirma uma necessidade contínua de se redesenhar as matrizes curriculares dos cursos de graduação em saúde, de modo que atendam concomitantemente às necessidades do SUS e as do processo de formação em saúde.

Palavras-chave


Educação em Enfermagem; Sistema Único de Saúde; Pesquisa qualitativa