Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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Caminhos da subjetividade no acolhimento: atenção à saúde de soropositivos com base em histórias de vida
Rachel Batista Araújo, Carlos Botazzo, Fabiana Schneider Pires

Última alteração: 2015-11-27

Resumo


O alcance na universalidade e equidade na prevenção e no cuidado com pessoas vivendo com o HIV no Brasil é um grande avanço, expressando conquistas sobre preconceitos, estigmas e outras formas deexclusão. Tivemos por objetivo estudar o processo de trabalho realizado pelo profissional de saúde para o acolhimento e consulta adequados, realizados em profundidade, focando a escuta e a comunicação com o usuário; compreender e relacionar as subjetividades dos pacientes manifestadas pelas histórias de vida. A pesquisa desenvolve-se com profissionais e usuários do CRT Vila Mariana, em São Paulo (SP). Os profissionais submeteram-se a entrevistas semi-estruturadas, e os usuários tiveram entrevistas em profundidade, sendo estimulados a contar suas histórias de vida, como hestóriaspatográficas, um conceito proposto por Entralgo (1950) para captar as subjetividades de seus pacientes registrando o caso clínico como histórias de vida, em que suas histórias têm a ver com os seus processos de saúde-doença, o que seus acometimentos o potencializam na produção do cuidado com o próprio corpo; o que os enfrentamentos dos sujeitos produzem no seu território: família, trabalho e instituição onde são cuidados. Entrevistamos e observamos os processos de trabalho na instituição onde são cuidados. Entrevistamos e observamos os processos de trabalho na instituição para acompanhamento de quem é portador de HIV, também localizamos o paciente dentro da estrutura do CRT, o que a instituição oferece de bom para seus pacientes, em que medida a instituição e os percursos desses personagens se encontram e o que produzem para a vida cotidiana dos sujeitos e para as possíveis tecnologias de cuidado. Como foi proposto observar os potenciais e as limitações dos profissionais de saúde no acolhimento e na consulta, também utilizamos a observação não participante na consulta para análise da consulta realizada por cada profissional de saúde. A demora para início do tratamento ainda é realidade; profissionais não conseguem se reunir para praticar a interdisciplinaridade; há necessidade de acolhimento adequado enquanto o paciente espera o resultado; usuários ainda se envergonham e pedem "abertura" por parte do profissional na hora de relatar suas práticas sexuais.

Palavras-chave


acolhimento, HIV, histórias de vida

Referências


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