Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

Tamanho da fonte: 
AUTOCUIDADO DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM DO SETOR DE PEDIATRIA DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE DOURADOS – MATO GROSSO DO SUL
Julyana Alves Teixeira Borges

Última alteração: 2015-11-11

Resumo


APRESENTAÇÃO: O hospital é uma instituição nosocomial destinado a atender pacientes com agravos em saúde e que necessitam desse tipo de cuidado e atenção a saúde. Geralmente tem sua ação limitada a um grupo etário ou especialidade, como clinica pediátrica, clínica médica ou cirúrgica, saúde mental, atendimento em ginecologia e obstétrica e outros. É um ambiente de trabalho dos profissionais da área de saúde multiprofissional que prestam assistência direta aos pacientes. Um fator importante e decisivo no ato de cuidado esta na questão de contaminação e a relação com o lavar as mãos. Os profissionais de saúde podem carrear patógenos multirresistentes devido ao contato constante com micro-organismos, entre os pacientes e a equipe, observando que esses pacientes muitas vezes já se encontram debilitados pela sua condição de saúde, por isso é importante assegurar a consciência e constância nos hábitos de lavar as mãos. O setor de internação pediátrico tem as suas peculiaridades, pois trabalha com crianças na faixa etária neonatal a 12 anos de idade, com agravos de saúde que requerem internação e atenção especial. Por serem crianças e adolescentes em processo de hospitalização, o processo de maternar está implícito e o dar colo e acarinhar a criança estão presentes pela fragilidade das doenças e muitas vezes pelas dificuldades de diagnóstico e pela longa internação, bem como os aspectos de prognósticos no processo de cura ou finitude da vida. Nesse caminho a questão de contaminação é especifico e requer mais cuidados na execução de ações pela equipe, pelos familiares, outros pacientes e visitantes. O processo de lavar as mãos esta demonstrado em várias pesquisas que reduzsignificativamente as contaminações cruzadas e outras formas de contaminação.Considerando que o hospital preserve com mais cuidado a vida dos pacientes e a equipe é necessário a constante re-informação e de certa maneira uma fiscalização sobre esse procedimento simples e que contribui para os cuidado com os pacientes especialmente da pediatria. Comprovadamente as mãos têm um papel importante, pois carreiam um número de micro-organismos aos pacientes, por meio contato direto ou através de objetos. Podemos citar esses microorganismos,como patógenos potenciais,exemplificando o S. aureus, E. coli, P. aeruginosa e E. fecaelis, observa-se que alguns são caracterizados como multirresistentes aos antibióticos e tratamentos. Tecnicamente a lavagem das mãos é indicada no preparo de medicação, na administração de medicamentos, preparo de nebulização, antes e após a realização de técnicas específicas hospitalares, no descarte de eliminações urinárias e intestinais e líquidos corporais, antes e depois do manuseio de cada paciente, do preparo de materiais ou equipamentos, da coleta de espécimes, da aplicação de medicamentos injetáveis e da higienização e troca de roupa dos pacientes, entre tantasoutras ações e atividades diretas com os pacientes internados. Reconhecidamente a importância da transmissão de infecções relacionadas à assistência à saúde pelo contato das mãosser aceita em diversas instâncias, o cumprimento das normas técnicas para a sua prevenção é limitado, principalmente entre os profissionais da equipe multiprofissional atuante em hospitais tanto em países desenvolvidos quanto em países em desenvolvimento, sendo inferior a 50% de adesão.   Atualmente, o uso de álcool em gel é igualmente citado na literatura como uma forma de aumentar a adesão dos profissionais de saúde à limpeza das mãos e diminuir a taxa de infecção hospitalar, pois se gasta menos tempo na higienização das mãos, o produto age mais rápido e é eficaz na erradicação de micro-organismos. Ressalta-se que os estudos na literatura mundial provam que a melhor forma de prevenir infecções em ambiente hospitalar é a correta lavagem das mãos antes e após a manipulação dos pacientes. Para que seja eficiente a maneira de aumentar a adesão dos profissionais de saúde é com a implantação de programas para prevenção de infecção hospitalar ou as denominadas CCIHs (Comissão de Controle de Infecção Hospitalar) efetiva e um programa de educação continuada eficaz. Autores descrevem em seus trabalhos de pesquisa que após esse programas a adesão da classe medica aumentou de 40 para 53% a adesão de médicos e enfermeiros à lavagem das mãos antes do contato com o paciente e de 39 para 59% após esse contato. Segundo outros pesquisadores uma CCIH atuante consegue promover adesão de médicos, enfermeiras e outros profissionais de saúde para 80% e, com isso, a taxa média de infecções hospitalares diminuiu de 15,1 por mil pacientes-dia para 10,4 e 11,9 por mil pacientes-dia durante o primeiro e o segundo anos da campanha de prevenção a infecções por meio da lavagem das mãos. Seguindo esse percurso que foi realizado esse estudo com os profissionais da equipe de enfermagem no setor de pediatria de um hospital escola no município de Dourados/MS.   Objetivos Identificar a periodicidade do hábito de auto cuidado no procedimento de lavagem de mãos na prevenção de contaminações, promoção de saúde e aderência as ações recomendada pela CCIH do hospital no setor de internação pediátrica. DESENVOLVIMENTO: Esse estudo foi realizado através da observação direta com a equipe de enfermagem atuante no matutino (2 enfermeiras e 8 técnicos de enfermagem) realizando questionamentos direcionados sobre auto cuidado pessoal, educação continuada e atuação da comissão de controle de infecção hospitalar, no período de julho a agosto de 2015.RESULTADOS: A maioria dos profissionais eram mulheres. E, isso determinou alguns pontos importantes a serem considerados, como a não observação de autocuidado com os cabelos presos, mal uso de brincos grandes, colares, pulseiras e anéis considerando que são fontes de fixação e transmissão de microrganismos para pacientes e seus familiares). Descaso com jalecos e equipamentos de proteção individual em situações de isolamento, principalmente nos de contato. Bem como a insuficiência com orientação e educação em saúde com familiares e visitantes no quesito de lavagem de mãos e cuidados básicos em ambiente de internação. Também foi observado que no decorrer das rotinas hospitalares diárias ocorrem descuidos e descasos com o cuidado na execução de técnicas de enfermagem e com o preparo de medicamentos para administração aos pacientes.  CONSIDERAÇÕES FINAIS: O ambiente hospitalar requer cuidados específicos e atenção da equipe nas ações de enfermagem, pela fragilidade e especificidade dos pacientes na pediatria. Para modificar a situação encontrada se faz necessária à conscientização constante sobre a importância da higiene, autocuidado e prevenção de doenças. O enfermeiro chefe do setor pode realizar ou solicitar a coordenação de CCIH e serviço de enfermagem capacitações ou reuniões, para reafirmar a importância, necessidade efetiva de educação em saúde no setor de internação de pediatria. Poderá ser implantado no hospital um serviço ou uma cartilha de orientações básicas nos cuidados nas visitas hospitalares e sobre as infecções que podem ser transmissíveis.