Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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Saúde e vulnerabilidade: o olhar de uma residente multiprofissional
Malviluci Campos Pereira, Thayane Martins Dornelles, Elisângela Dornelles Coffy, Luciana Barcelos Teixeira

Última alteração: 2015-10-28

Resumo


APRESENTAÇÃO: A residência multiprofissional em saúde é considerada uma modalidade de pós-graduação latu sensu, com duração de dois anos, criada a partir da promulgação da Lei 11.129 de 2005¹, e tem como característica a formação em serviço, a partir da aprendizagem pela prática cotidiana que integra a política nacional de educação e desenvolvimento do Sistema Único de Saúde (SUS). Este modelo de residência é realizado em instituições de saúde, com a supervisão de profissionais da instituição, com o objetivo de formar profissionais capacitados para atuarem no SUS com base na atenção integral do sujeito. O presente relato tem como objetivo demonstrar o olhar de um profissional de saúde em formação para as questões de vulnerabilidade e como estas estão relacionadas ao processo saúde-doença. Para isto, tomaremos como referência os textos de Ayres, considerando a vulnerabilidade como um conceito associado ao conjunto de comportamentos individuais, sociais e coletivos além da disponibilidade de recursos que podem resultar em suscetibilidades à saúde.  MEDOLOGIA: Este estudo é um relato de experiência vivenciado por uma enfermeira residente na UTI neonatal de um hospital público no município de Porto Alegre.  Desenvolvimento do trabalho: A proposta desta escrita se deu a partir do acompanhamento de um recém-nascido prematuro extremo e sua mãe, ao longo da internação. Neste caso assistia-se o recém-nascido em suas complicações relacionadas à prematuridade e o tratamento para sífilis e HIV. Além disso, foi necessário o apoio social da mãe do recém-nascido, que contava com apenas seus filhos mais velhos e uma irmã, pois no momento da internação estava em conflito com o pai do RN e também desempregada. RESULTADOS E/OU IMPACTOS: A partir de um olhar sobre o caso de um recém-nascido e sua mãe percebeu-se que os eixos de vulnerabilidade descritos por Ayres – individual; social e programático-  perpassam a realidade de diversos dos casos acompanhados e/ou atendidos numa UTI Neonatal. Contudo as questões de vulnerabilidade muitas vezes são tão complexas que os profissionais da saúde parecem ter receio de trabalhá-las ou mesmo identificá-las. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Entender o conceito de vulnerabilidade permite repensar sobre as práticas de saúde de maneira crítica e dinâmica. Esta residência tem proporcionado que o profissional em formação tenha a oportunidade de refletir sobre as diversas questões relacionadas à vulnerabilidade. Através desta ênfase, pretende-se desenvolver um olhar sensibilizado e crítico, articulando os serviços da rede de saúde e/ou socioassistencial e enfatizando a importância do trabalho interdisciplinar.

Palavras-chave


Residências em Saúde; Vulnerabilidade

Referências


  1. Brasil. Lei n. 11.129, de 30 de junho de 2005: Institui o Programa Nacional de Inclusão de Jovens - ProJovem; cria o Conselho Nacional da Juventude - CNJ e a Secretaria Nacional de Juventude; altera as Leis nos 10.683 de 28 de maio de 2003 e 10.429 de 24 de abril de 2002. [Internet] Brasília (DF), 2005. Brasília (DF), 2007. [acesso em 01 nov 2011]. Disponível: https://www1.defesa.gov.br/saude/L11129.pdf
  2. Ayres J, Calazans GJ, Saletti Filho HC, França Jr I. Risco, vulnerabilidade e práticas de prevenção e promoção da saúde. In: Campos G, Minayo MCS, Akerman M, Drumond Jr M, Carvalho YM, organizadores. Tratado de Saúde Coletiva. São Paulo: Editora Fiocruz; 2006. p. 375-417