Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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RELATO DE EXPERIÊNCIA: UMA VISÃO SOBRE O GRUPO TERAPÊUTICO FAMILIAR NA PSIQUIATRIA DE UM HOSPITAL PÚBLICO
Kátia Fernanda Alves Moreira, Bianca Oyola Bicalho, Tânia Leal Moreira, Davisson Michetti de Oliveira, Lucas Noronha de Alenca, Caio Alves Barbosa de Oliveira, Patrícia Oliveira da Silva, Maurício Viana Gomes de Oliveira

Última alteração: 2015-10-31

Resumo


Visto que a Reforma Psiquiátrica e as propostas de desinstitucionalização tenha ganhado ênfase nas últimas décadas, fez-se necessário realizar ações de sensibilização e orientação com os familiares dos portadores de transtornos mentais na clínica psiquiátrica do Hospital de Base Dr. Ary Pinheiro (HBAP), a fim de promover o envolvimento dos familiares em todo o processo, tratamento, recuperação e ressocialização do usuário. Neste contexto, é importante a comunicação e interação entre as diferentes áreas de atuação, formando uma equipe multiprofissional e contribuindo para uma atenção integral e de qualidade a este usuário com sofrimento psíquico. O Grupo Terapêutico Familiar objetivou promover a troca de saberes, experiências, reflexões e discussões dos familiares, o esclarecimento sobre o fluxo de atenção a este paciente e as dúvidas sobre as patologias mais frequentes no campo da saúde mental, contribuindo para despertar a importância sobre a desinstitucionalização desses usuários, o fortalecimento da relação usuário-profissional-família e humanização da assistência. Este trabalho partiu do projeto matriz intitulado: A Educação Permanente e a integração ensino-serviço em Porto Velho-RO: uma análise qualitativa, sob chamada MCTI/CNPq/MS-SCTIE-Decit Nº 08/2013. Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência das atividades desenvolvidas na clínica psiquiátrica do HBAP sobre o Grupo Terapêutico Familiar através dos acadêmicos de enfermagem da Fundação Universidade Federal de Rondônia e do projeto de voluntariado da Comissão de Humanização do HBAP no município de Porto Velho-RO. As atividades foram realizadas na última sexta-feira de cada mês a partir de março até agosto de 2015. O Grupo iniciava-se com a recepção dos familiares, pelos profissionais, dando abertura para que todos os envolvidos se apresentassem. Havia a participação do médico psiquiatra, psicóloga, terapeuta ocupacional, gerente do setor, representantes da equipe de Enfermagem, os familiares dos pacientes e os acadêmicos de Enfermagem voluntários da Comissão de Humanização. A cada reunião era explorada uma patologia e ao fim abria-se o espaço para que os familiares fizessem perguntas, relatassem experiências pessoais e compartilhassem seus sentimentos, dificuldades, medos e perspectivas. Ao final de cada reunião os familiares sugeriam o tema do próximo encontro. Na clínica psiquiátrica não havia atividades para se trabalhar com os familiares desses usuários, assim justifica-se que houve muita resistência de participação nas reuniões do grupo, mas que com o passar dos encontros aos poucos houve mais adesão e participação destes. Vale salientar, a relevância da continuidade de ações que promovam o pensamento crítico-reflexivo sobre os portadores de transtornos mentais, proporcionando  uma visão ampla de todo esse processo, desde a dificuldade do profissional em exercer suas ações devido à precariedade, a superlotação do setor e escassez de funcionários qualificados; a incompreensão, preconceito, resistência e abandono que os usuários sofrem em relação aos familiares e a sociedade de forma geral;e o apoio a família que também enfrenta preconceitos sociais,  desgaste emocional e que acaba sendo refém de um modelo psiquiátrico obsoleto, o qual desconhece as inovações e políticas advindas da Reforma Psiquiátrica.

Palavras-chave


Psiquiátrica; Grupo Terapêutico Familiar; Humanização