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Esta pesquisa tem como foco a organização da rede de atenção ao paciente portador de câncer bucal em um município da região metropolitana do Estado do Rio de Janeiro. As elevadas estimativas de casos de câncer bucal apresentadas pelo Instituto Nacional do Câncer e reiteradas pela Organização Mundial de Saúde o classificam como um problema de saúde pública, uma vez que se trata de uma importante entidade patológica, que pode ser minimizada em incidência e letalidade, se medidas de prevenção, detecção precoce e tratamento imediato forem adotadas. No Brasil, o Rio de Janeiro é o primeiro colocado em relação aos demais estados brasileiros na estimativa de incidência de câncer bucal para o biênio 2014/2015. Dessa forma, seu enfrentamento está no foco de atenção das redes de cuidado do Sistema Único de Saúde e implica em sua problematização nas diferentes esferas governamentais. Este estudo parte do cotidiano de uma unidade de saúde da família em um município do Estado do Rio de Janeiro, com acúmulo de casos de diagnóstico tardio de câncer bucal em fase avançada em homens com mais de 50 anos, tabagistas e etilistas. Nestes casos, os indivíduos conviveram com sequelas importantes e tiveram sobrevida comprometida. Assim, o estudo teve como objetivo principal analisar percepções das equipes de saúde bucal da Estratégia de Saúde da Família com relação à prevenção e atenção ao câncer bucal. Desenvolveu-se estudo descritivo, mediante levantamento de dados primários. Foram participantes todos os cirurgiões dentistas e auxiliares de saúde bucal em atuação no ano de 2015, na Estratégia de Saúde da Família, em um município da região metropolitana 2 do estado do Rio de Janeiro. A coleta de dados foi realizada a partir da aplicação de um questionário semiestruturado, durante encontro promovido pela gestão municipal. Participaram da pesquisa 36 profissionais, sendo a grande maioria do gênero feminino. Os dados permitiram conhecer a percepção dos sujeitos envolvidos sobre aspectos do diagnóstico do câncer de boca, atitudes dos profissionais na atenção primária e secundária com relação ao câncer de boca epapel da gestão municipal e das instituições de ensino na reorganização dos serviços, formação profissional e educação permanente. Os resultados apontaram para a necessidade de uma reconfiguração da atuação do cirurgião-dentista e do  auxiliar de saúde bucal no sentido da detecção precoce da doença no município. Os dados sugerem a importância da gestão e da perspectiva de atuação integrada com instituições de ensino na definição de estratégias coletivas a serem implementadas, bem como indicam demanda por ampla discussão envolvendo, não apenas profissionais de saúde bucal, mas toda a rede de trabalhadores  e serviços de saúde do município.