Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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MULHERES EM VIVÊNCIA DE VIOLÊNCIA CONJUGAL CARACTERIZAÇÃO DEMOGRÁFICA E SOCIOECONÔMICA
Thaysy Andrade Silva bispo, Fernanda Matheus Estrela, Josinete Gonçalves dos Santos Lírio, Rosana Santos Mota, Kátia Cordélia Cunha Cordeiro, Moniky Araújo da Cruz, Larissa Simões Jesus da Cruz, Alana Borges dos Santos

Última alteração: 2015-11-04

Resumo


 A violência  conjugal constitui-se um grave problema de saúde pública por conta da  morbimortalidade por este agravo e seu impacto sobre a produtividade econômica. Agrava-se a dificuldade de reconhecimento da problemática  por parte dos profissionais contribuindo para subenumeração de mulheres que vivenciam o agravo, sendo portanto, e essencial o preparo profissional para a identificação do o fenômeno. Este estudo teve como objetivos identificar os aspectos demográficos e socioeconômicos de mulheres em situação de violência conjugal bem como conhecer suas expressões e consequências. Trata-se de uma pesquisa com abordagem quantitativa, vinculada ao Grupo de Estudos “Violência Saúde e Qualidade de Vida” através da pesquisa-ação “Reeducação de homens e mulheres envolvidos em processo criminal: estratégia de enfrentamento da violência conjugal”, financiada pela Fundação de Amparo à pesquisa do Estado da Bahia, cujo projeto fora aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Escola de Enfermagem da Universidade Federal da Bahia (n. 877.905). O estudo foi realizado na 1ª Vara de Violência Doméstica e Familiar contra Mulher localizada no município de Salvador, Bahia, Brasil. Os dados foram extraídos dos Formulários de Análise Documental, preenchidos por psicólogas e/ou assistentes sociais durante entrevista com a mulher e calculados as distribuições das frequências. Os dados foram processados no programa STATA. A investigação dos processos registrados em 2014 revelou que a denúncia da violência conjugal é realizada, na sua maioria, por mulheres com idade entre 25 e 49 anos, negras, solteiras, com filhos, que concluíram pelo menos o ensino médio e que exercem atividades remuneradas, embora com vencimento de até dois salários mínimos. Tais achados sinalizam ser esse o perfil de mulheres que já estão sensibilizadas para romper com o ciclo de violência, sendo a denúncia uma das possibilidades. A este público específico, devem ser investidas ações que empoderem às mulheres a não desistir da luta por uma vida livre de violência. Evidencia-se o imbricamento entre saúde e violência e, portanto, a essencialidade do preparo profissional para associar os aspectos clínicos e comportamentais apresentados pelas mulheres à violência a fim de identificar mulheres que vivenciam o agravo e encaminhá-las à serviços de referência.

Palavras-chave


Violência contra a mulher; Conflito conjugal; Enfermagem; Saúde pública; Gênero; Saúde da mulher

Referências


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