Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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Conhecendo o itinerário terapêutico dos usuários da APS (Acesso Primário a Saúde) de Dourados
C.C.Mariana Oliveira

Última alteração: 2015-10-31

Resumo


Ter o efetivo acesso aos medicamentos é imprescindível na vida da população, pois eles garantem qualidade de vida aos que se encontram enfermos e é um direito de todo cidadão brasileiro. Em grande parte dos municípios Brasileiros, principalmente os mais carentes, os usuários sofrem com baixa disponibilidade de medicamentos essenciais nas unidades de saúde. Nesta perspectiva a pesquisa possuiu como objetivos conhecer o acesso aos medicamentos dos usuários da APS de Dourados, conhecer as percepções dos usuários sobre o acesso ao medicamento e analisar os caminhos percorridos pelo usuário em busca pelo acesso ao medicamento (itinerários).  A proposta foi realizada através de pesquisa qualitativa, descritiva e exploratória. Participaram da pesquisa 12 usuários de uma APS, sendo cinco não idosos e sete idosos, ambos fazendo uso de medicamentos continuamente a mais de um ano.  A coleta de dados ocorreu através da realização de entrevistas semiestruturadas contendo questões abertas e fechadas. A análise dos dados foi realizada através da análise de conteúdo que compreende três etapas: a pré-análise, a exploração do material e tratamento dos resultados obtidos, culminando na interpretação. O roteiro de entrevistas dos usuários privilegiou o olhar dos usuários em relação ao acesso dos medicamentos, procurando delinear seu itinerário, facilidades e dificuldades, bem como algumas informações sobre o uso dos medicamentos. Verificou-se que na unidade de saúde não constava uma farmácia, os usuários buscavam seus medicamentos na farmácia pública mais próxima, e caso lá não encontrassem, seguiam sua busca para outra farmácia pública. Não encontrando, recorriam ás farmácias privadas vinculadas ao Programa Aqui Tem Farmácia Popular, ou a uma farmácia que ofertava um desconto, através de cadastro. Em geral, os usuários recorriam tanto às farmácias públicas, como primeira opção, e depois ás farmácias privadas. Tanto os usuários idosos, como os não idosos dirigiam-se pessoalmente às farmácias. Ocasionalmente recorriam a um familiar, cônjuge, filho ou neto para retirar os medicamentos. A apresentação da receita era obrigatória para a dispensação. Notou-se também que alguns medicamentos não eram disponibilizados nas farmácias públicas, como é o caso da insulina. Desse modo, os usuários precisavam retirar o medicamento em outro local distinto. Todavia, quando cadastrados, a dispensação parecia ser tranquila, mesmo quando não apresentavam a receita. Considerações finais: O acesso dos usuários aos medicamentos mostrou-se relativamente bom, visto que apenas um usuário relatou dificuldade em acessar as medicações. O acesso se deu preferencialmente nas farmácias públicas, mas em caso de falta dos medicamentos, eles recorriam às farmácias privadas, onerando o orçamento doméstico. Observou-se também a necessidade e importância de uma orientação adequada a respeito do uso das medicações, pois usar qualquer tipo de medicamento de maneira errada pode acarretar diversos prejuízos à saúde.

Palavras-chave


Acesso; Medicamentos; Itinerários;